As recentes notícias, sobre o anúncio por parte da representação diplomática dos Estados Unidos da América em Portugal, relativamente à emissão de vistos de emigração para os portugueses, vai passar a ser assegurado pela representação norte americana em Paris, já a partir de março, ou seja, quer a embaixada em Lisboa, quer o consulado em Ponta Delgada deixam de ter competência na referida matéria.
O referido anúncio traz-nos à memória as declarações do Sr. Primeiro Ministro, do Governo da República da Coligação PSD/CDS-PP, onde aconselhava os portugueses em situação de desemprego a emigrar, dado que este Governo de Coligação, não é capaz de criar riqueza e que não possui políticas estratégicas de modo a serem implementadas para fazer face à atual situação económica e social em que se encontra o país mergulhado. Contudo, esta afirmação faz-nos recuar à década de 70, quando o País chegou a apresentar elevadas taxas de emigração, devido a uma série de fatores existentes na altura, tais como, as condições de vida da maior parte dos portugueses, levou a que muitos fugissem de Portugal para o Estrangeiro, à procura de melhores condições de vida, à procura dum trabalho, à procura dum vida melhor…
Será que esta posição dos Estados Unidos da América, é uma consequência das afirmações do Sr. Primeiro Ministro!?
Na prática, a decisão agora anunciada vem burocratizar, encarecer e dificultar aqueles que pretendem obter um visto dado que terão de deslocar a Paris, em particular para os açorianos, uma vez que traz um custo muito elevado, derivado à distância. Tal medida torna mais difícil de compreender uma vez que o serviço prestado pelo consulado em Ponta Delgada tinha até hoje e desde sempre funcionado bem.
O Governo Regional dos Açores, não ficou indiferente a tal anúncio, ao contrário do Governo da República da Coligação PSD/CDS-PP, que só prenunciou-se passadas 24 horas, através do Ministro dos Negócios Estrangeiros (M.N.E), Paulo Portas, numa curtíssima declaração, afirmando que são meramente “150 casos”. Enquanto o Governo Regional dos Açores não ficou de braços cruzados, tendo pronunciado de imediato, afirmando que tal decisão, não respeita as “relações históricas e efetivas”, existentes entre os Estados Unidos e o arquipélago, tendo de igual modo desenvolvido diligências no sentido de encontrar-se soluções que permitam um tratamento justo para com os açorianos. E uma das iniciativas passa pela deslocação periódica aos Açores dum funcionário do consulado norte-americano.
O que cada vez mais não me surpreende é a forma como tem vindo a ser gerida a diplomacia portuguesa. Basta verificar nos últimos tempos como Portugal tem servido de chacota por parte de diversos decisores europeus, ou seja, o país tem estado vulnerável, através de diversas interferência na vida política nacional. Só por aqui dá para ter uma pequena ideia da decadência da nossa diplomacia, que tem como figura central o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas. Não certamente por falta de dinheiro, dado o número de quilómetros que o Sr. Ministro, tem percorrido, passeando-se por toda Europa e o resto do Mundo. Certamente, em pouco mais de setes meses de governação, já percorreu mais quilómetros, do que nos tempos em que percorria as feiras pelo país.
Antigamente era conhecido pelo Paulinho das feiras, agora passou a ser conhecido como o Paulinho caixeiro-viajante!
Será que tal decisão dos norte-americanos tem haver com a degradação do relacionamento entre os Estados Unidos e Portugal!? É uma questão que espero que o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros e o Sr. Ministro da Defesa venham a dispensar do seu tempo para esclarecer os portugueses, ainda mais quando alguém afirmou recentemente que o M.N.E passa muito tempo nos Estados Unidos! Se não é para tratar dos interesses diplomáticos nacionais, então para que será!? Cada qual que dê a sua resposta. Nesta época de austeridade, ter um Ministro a fazer turismo lá fora, não parece muito aconselhável.