A líder do PSD/Açores defende hoje “menos políticos a tempo inteiro”. Fala uma das mais antigas políticas a tempo inteiro nos Açores e a líder do partido que mais políticos a tempo inteiro tem no ativo. A lista de candidatos a deputados do PSD/Açores é aliás um remake de eleições anteriores, repescando as mesmas faces. Como se tirasse o pó à mobília o PSD/Açores opera de 4 em 4 anos uma espécie de liga das velhas glórias que faz desfilar no info mail costumeiro. Poderá dizer-se em sua defesa que esta tirada é apenas um recado para dentro, mas não lhe bastaria “expulsar” das listas todos os políticos a tempo inteiro que por lá renovam a fotografia por legislatura, teria de se renovar a si mesma. Mas o pior, é que a nova geração do PSD é também ela infinitamente velha e conhecida. Percebe-se, porém, que Berta Cabral tenha alguns recados a enviar, é que por esta altura perfilam-se os entusiasmados com um lugar na lista que correm em defesa do líder de momento em artigos fervorosos, mas na maioria inconsequentes. É que não basta à líder do PSD mandar recados se os ouvidos a quem se destinam não os quiserem ouvir. Recentemente Berta Cabral apresentou a sua moção global de estratégia. Um documento dotado duma vacuidade difícil de igualar. Como é possível dizer-se tão pouco em tantas páginas é obra de mestre. Nele abundam amiúde a redundância, o lugar-comum, e a crítica fácil como ingénuas habilidades. Falar de “região económica”, de “autonomia de sucesso”, e dizer que “os Açores precisam de economia” são frases esvaziadas de uma ideia e de um propósito sequer. E sem ideias novas, e apenas com políticos velhos como quer o PSD/A fingir poder governar os Açores?