Opinião

Mentira ou incompetência

A líder do PSD/Açores, Berta Cabral, perante as afirmações que tem vindo a proferir de forma desenfreada nas inúmeras ações de campanha eleitoral realizadas quase diariamente, demonstra que a alegada competência que lhe era conferida por muitos potenciais eleitores, não passa de um perfeito bluf. A senhora candidata profere afirmações que denotam inequivocamente um enorme desconhecimento da realidade da Região e dos dossiers relativos à governação o que a leva a proferir afirmações completamente desprovidas da verdade que, aparentam apenas o desejo de iludir os açorianos, recorrendo à falta de verdade, quiçá motivada pela falta de preparação para o cargo a que se pretende apresentar, para atacar sistematicamente o governo atual. Exemplo claro está espelhado nas declarações de Berta Cabral após a visita que efetuou à escola B 1,2,3,/JI de Furnas aonde debitou um chorrilho de inverdades que denotaram de forma clara um desconhecimento absoluto da realidade da educação nos Açores. A candidata laranja afirmou, segundo o que esta escrito no site do PSD: “O PSD é claramente a favor de concursos anuais. Um concurso de quatro em quatro anos não é justo, não é adequado e não pode ser desculpável só porque dá menos trabalho [ao governo]. Estamos cá todos para trabalhar”, disse. Berta Cabral frisou que a realização de concursos anuais, tal como sucede no resto do país, constitui a forma “mais adequada e justa de todos os anos os professores terem uma oportunidade de concorrer para escolas que fiquem mais próximas do local onde residem”. “ [Os concursos anuais] dão estabilidade à escola e às famílias, porque os professores têm família e é humano que se queiram aproximar dos seus familiares, não tendo que esperar quatro anos. Os professores podem assim ter a sua vida estabilizada mais cedo, pois podem concorrer todos os anos para as vagas existentes”, afirmou. Cláudia Cardoso, Secretária Regional da Educação e Formação, através do telejornal da RTP/Açores denunciou o profundo desconhecimento de Berta Cabral e à pergunta do jornalista acerca da afirmação da líder laranja de que os concursos de professores iriam deixar de se realizar anualmente, de forma clara e direta esclareceu: - “Há outra declaração que me parece profundamente conflituosa com aquilo que é a realidade, porque a Dra. Berta Cabral acaba por afirmar que ao contrário do que acontece no continente, os Açores passam a ter um concurso de 4 em 4 anos, quando no continente é anual. Ora isso é absolutamente falso, não é verdade. É mentira que no continente haja um concurso anual. Desde 2009, o continente e a Região Autónoma da Madeira têm concursos quadrienais. A única Região do país que mantinha o concurso anual eram os Açores. Neste momento a estabilidade alcançada no nosso sistema de ensino ao nível da docência e da colocação dos quadros, coisa que nunca foi conseguida durante 20 anos pelo PSD, que nunca tiveram medidas que favorecessem essa estabilidade, e porque essa estabilidade existe é possível colocar o acesso ao concurso externo e ao concurso interno de 4 em 4 anos. No entanto, e mesmo assim, mantivemos quer a contratação ao nível da afetação interna, que significa aqueles docentes que querem fazer a aproximação à residência, às suas famílias, a anualidade, o que significa que para esses docentes, contratados quer no que diz respeito à afetação continua a ser anual. A única que é quadrienal é o de acesso externo, ou seja os docentes que não sendo dos quadros, queiram passar a integrá-los. Portanto aquilo que me parece é que em política não vale tudo e apesar de estarmos em período pré-eleitoral isto não deve ser razão para proferirmos afirmações que confundem os açorianos e que efetivamente não correspondem à verdade dos factos.” Clara como água cristalina! Gostaria de deixar um repto à ainda líder do PSD: Pergunte aos pais e encarregados de educação se preferem que os seus filhos tenham o mesmo professor do primeiro ao quarto ano de escolaridade ou se consideram mais benéfico que todos os anos mudem de professor. Berta Cabral na já habitual postura de tentar agradar a gregos e a troianos, quis ser simpática aos professores porém, esqueceu que a escola deve viver e atuar tendo sempre os alunos como razão primeira da sua existência.