Opinião

Mais de 130 razões para manter a Santa Catarina!

Numa altura em que o desemprego é uma preocupação global, são ainda muitas as pessoas que se interrogam sobre a opção do Governo dos Açores na aquisição da fábrica de conservas Santa Catarina. O percurso feito por esta empresa desde a sua regionalização é marcado pelas dificuldades herdadas, nomeadamente, o passivo elevado e a difícil afirmação no mercado, que deixaram fortes mazelas. Para muitos esta aquisição nunca foi vista com bons olhos, mas a verdade é que a Santa Catarina representa um apoio fundamental à subsistência de muitas famílias. Quando alguns ainda dormem, já muitas operárias da Santa Catarina orientam os seus afazeres domésticos! Quando alguns ainda tomam o pequeno-almoço, na amena cavaqueira, as operárias da Santa Catarina já escolheram alguns quilogramas de peixe! No final do mês, enquanto uns ganham mais para realizar tarefas fisicamente menos exigentes, as senhoras da Santa Catarina ganham um ordenado, porque precisam de equilibrar o seu orçamento familiar, representando, por vezes, o único sustento do agregado. Enquanto uns, procuram, todos os dias, algo de negativo para falar dos Açores, as operárias da Santa Catarina produzem uma das melhores conservas de atum do mundo e contribuem, dia-a-dia, para que algo de positivo se exporte dos Açores. Num momento em que os apoios socias e subsídios de desemprego estão a disparar, é de extrema importância mostrar que um produto de certificação, que respeita as normas base de um desenvolvimento sustentável, digno de pousar nas melhores mesas e de figurar nas mais finas ementas, continua a ser produzido pelas mãos de mulheres que, todos os dias, labutam e contribuem para o desenvolvimento da economia regional. Numa altura em que o cenário económico não parece fácil e é fundamental incrementar as exportações, melhorar a produção e travar a desertificação das ilhas da coesão, imaginem o que seria São Jorge sem a Santa Catarina? É certo que aquela fábrica atravessa dificuldades, fruto da concorrência de países com custos de Mão-de-obra mais baixos, e por isso mesmo os seus administradores possuem uma tarefa difícil. Mas todos, dirigentes, funcionários e colaboradores devem realizar, sem exceção, um esforço suplementar para o sucesso daquela fábrica, acompanhando o Governo dos Açores. E tal, como eles, todos nós temos um papel importante. Ajudando na divulgação, comprando produtos dos Açores, contribuindo, assim, para o sucesso da Santa Catarina e de muitas outras empresas nos Açores. Por mim, enquanto tiver forças e contar com o apoio dos meus camaradas do PS Açores, continuaremos a ter a Santa Catarina, pois, para além do produto de excelência, os 130 postos de trabalho são mais de 130 razões para a manutenção desta fábrica e de tudo aquilo que ela representa não só para a economia da ilha e dos Açores, mas para as famílias jorgenses em especial.