Vivemos um tempo em que é fundamental defender com grande convicção a nossa Autonomia e recusar de forma veemente a desresponsabilização do Estado sobre as Regiões Autónomas.
Devido ao mau exemplo da Madeira e à visão centralista e mercantilista que o actual Governo da República tem do Estado, nota-se uma tentativa de desresponsabilização do Governo Central.
Parece que há uma tentativa de nos asfixiar financeiramente, para nos enfraquecer politicamente.
Existem vários exemplos que confirmam isso. É assim com o processo de privatização dos Aeroportos da ANA na Região, é assim na recusa de responsabilidades financeiras no cabro de fibra óptica para o Grupo Ocidental, é assim quando os Hospitais do continente surgem a exigir pagamentos pelo tratamento aos açorianos como se não fossemos portugueses iguais aos outros e é assim com as afirmações tresloucadas do Ministro da Economia que defende que a formação dos agentes da PSP que ficam nos Açores devem ser pagas pela Região.
Outro episódio desta postura é o ataque suez que o Governo de Passos Coelho e Miguel Relvas está a fazer à RTP Açores, pilar do nosso regime autonómico, querendo reduzi-la à condição humilhante de janela.
Estranho é que esta perspetiva do Governo da República tenha cúmplices e convictos apoiantes nos Açores. O PSD Açores rapidamente se apressa a dar razão ao Governo da República do PSD e do CDS, afirmando que a culpa e a responsabilidade é do Governo Regional, prejudicando, dessa forma os Açores e os Açorianos.
É uma cumplicidade estranha e inaceitável que nos prejudica.
A candidata do PSD Açores chega a propor que vai reduzir as tarifas aéreas à custa do orçamento regional. Isso é impensável e impraticável.
Os tempos são de grande responsabilidade, firmeza e convicção na defesa dos nossos interesses.
Não é tempo de cumplicidades prejudiciais para os Açores.
A defesa dos Açores e da Autonomia é mais eficaz e mais consequente se todos estiverem empenhados nesse processo. Todos sem excepção.
É com pena que refiro que o PSD Açores, um partido que teve um papel relevante na defesa dos Açores e da Autonomia, seja hoje incapaz de se afirmar como defensor da nossa Região, sendo cúmplice dos interesses de Lisboa.