1. A afirmação do Primeiro Ministro (P.M), Pedro Passos Coelho, sobre os “desempregado, uma oportunidade para mudar de vida”, pode ser de facto difícil de acreditar, mas é bem real, a qual considero desastrosa e uma falta de consideração para com milhares de famílias que se encontram numa situação de aflição e de asfixia económico-financeira.
Ouvir dizer, por parte do P.M que o país está “cansado de crises artificiais”, demonstra de uma forma cabal, que este governo não deve andar com a cabeça no nosso país. Infelizmente, a atual realidade vivida no seio da sociedade portuguesa não é artificial, mas sim real. Um indivíduo que, se encontre desempregado e que não consiga arranjar um novo posto de trabalho, leva à perda da sua casa, devido ao não cumprimentos dos compromissos bancários, à impossibilidade de suportar os estudos dos filhos no ensino público, …. Do que se trata, Sr. Primeiro Ministro!?
Diga lá, à gente, “uma oportunidade de mudar de vida”: A desgraça? A solidão? O desespero? O ficar sem nada? Emigrar? Para onde? Esta realidade não é negativa para a vida!? Só falta indicar o abismo… Se é que já não o estão a fazer.
2. Este Sr. Primeiro Ministro, na sua última participação no debate quinzenal no parlamento, também afirmou que, ao fim de 10 meses de governação do PPD/PSD, o seu governo “precisa compreender melhor o que está a acontecer no mercado de trabalho”. Será que é necessário criar mais um daqueles famosos grupos de trabalho para estudar o que se passa na economia nacional? Basta perguntar aos mais de 819 mil desempregados a quem o P.M diz que o “desemprego, uma oportunidade de mudar de vida”. Estes certamente demonstrarão de imediato a atual realidade que se vive no nosso país.
3. Mas se a este Governo da República, mesmo após consulta popular, as dúvidas persistirem, basta verificar o que foi dito e assumido pela Comissão Europeia recentemente em relação a alguns indicadores, tais como: a quebra de 6% dos salários reais dos portugueses, e as reduções no consumo e no investimento. Só em 2012 os gastos das famílias portuguesas terão uma redução de 6,1%, sendo esta a maior em toda a União Europeia.
4. As metas e medidas de austeridade extraordinárias que têm vindo a ser implementadas e impostas por este Governo da República têm obtido resultados catastróficos. No primeiro trimestre do corrente ano, as previsões de Bruxelas estão longe de ser cumpridas, como o desemprego (onde o Orçamento do Estado previa para 2012, uma taxa de 13,1%, na realidade já ronda os 15%) e o não cumprimento da meta do défice de 4,5% do PIB.
5. É esta realidade que os açorianos terão de decidir nas próximas eleições regionais. Queremos ter um Governo Regional cúmplice e de braço dado com este Governo da República?
Queremos uma líder regional do velho PPD/PSD - Açores que, semana após semana, é incapaz de reivindicar junto deste governo centralista, seja o que for do interesse dos açorianos?
Ou queremos optar por uma Nova Geração de pessoas, ideias e políticas, cuja defesa da nossa Autonomia estará sempre em primeiro lugar?