Ensinaram-me de pequenina a ter o decoro da vergonha. Não fazer das ações dos outros as minhas próprias, e a falar apenas do que sei. Vem isto a propósito das declarações da líder do PSD/A que, sendo a obreira duma invisível obra em Ponta Delgada, lhe dá para ter o descaramento de fazer das obras dos outros as suas próprias. Ação que estendeu recentemente às decisões. Visitou uma escola e congratulou-se com o facto do Governo não fechar a escola do Alto das Covas, dizendo que esta decisão teria sido influenciada por uma pergunta do PSD. O que, como é bom de ver, é absolutamente falso. Esta decisão prendeu-se, como em todos os casos que envolvem a racionalização da rede de escolas, com critérios do número de alunos envolvidos, das condições oferecidas pela escola atual e com a capacidade da escola de acolhimento em receber estes alunos. Se o Governo tomasse decisões com base no que pensa um ou outro partido político mal estaríamos, até porque em matéria de educação a líder do PSD não pensa muito e diz pior. Percebe o pouco que lhe explicam do assunto. Vai a um concelho e critica uma básica integrada porque concentra muitos alunos, na semana seguinte vai a outro e elogia uma básica integrada pelas mesmas razões. Vá-se lá perceber isto. Diz que não se devem fazer agrupamentos de escolas, mas alguém já se deu ao trabalho de explicar-lhe que nos Açores não se fazem? Quer que o Governo reconstrua as escolas que já existem. Mas isto é o que tem feito o Governo por todas as ilhas da Região, a exemplo da EBI de Angra ou da EBI da Horta; criando escolas novas, as ditas de proximidade, apenas quando a população das freguesias limítrofes o aconselha, casos da EBI de Ponta Garça e da EBI Francisco Ferreira Drummond. Visitar uma escola como candidata e aproveitar para dizer que foi pelo PSD que o governo mudou de opinião é uma mentira descarada que não pode passar em branco. Porque quem não tem pingo de vergonha não merece confiança.