Quem vê e ouve a candidata do PSD falar hesita em saber de que mundo novo fala e se ignora a situação em que vivemos. A todos tudo promete. Sabendo que os tempos são de contenção e a forma como os seus companheiros do Governo da República tem castigado os portugueses. Mas a verdadeira surpresa reside no recente apoio de Berta Cabral à candidatura do PPM no Corvo, que demonstra não apenas a incapacidade de formar uma lista capaz na ilha, mas denuncia sobretudo a falta de implantação regional atual do PSD. Um partido que pretende governar ao Açores não consegue sequer apresentar uma lista própria numa ilha e precisa de apoiar a de outro partido. É um derrote brutal para o PSD/Açores. Um colapsar inédito. Como é possível que um partido com um histórico não tenha capacidade de constituir uma lista própria socorrendo-se deste expediente? Partidos mais pequenos fazem-no em todas as ilhas, mas o PSD não. Os históricos do partido encolhem-se. Na verdade, este é um negócio que, a servir alguém, serve o líder do PPM que acumula a Plataforma da Cidadania, porque os partidos não prestam, mas lidera o PPM nacional e regional, com um dom de ubiquidade assinalável. O negócio já não serve o PSD que dá um sinal de fraqueza significativo. Lá se vai o slogan do x9. Da vacuidade das propostas passou à mediocridade formal. Precisar do candidato dum micro-partido no Corvo é um colapso. Que antecede outro. A verdade é que a desorientação recente de Berta Cabral, disparando em todas as direções só significa uma coisa. E não é boa. Para a própria, claro. Prometer tudo a todos, até rasgar o memorando de entendimento, significa que o nervosismo se instalou e que a própria espera o pior. Mas em situações de catástrofe, mesmo que partidária, há sempre que manter a calma. Ou fingir que se mantêm pelo menos.