A situação da Universidade dos Açores é grave e muito preocupante.
A Universidade dos Açores é um dos pilares do regime autonómico.
Ao longo dos anos tem tido um papel muito relevante na formação de quadros, na produção de conhecimento sobre as mais diversas temáticas e na aplicação desse conhecimento na nossa Região.
A Universidade vive, agora, uma situação de estrangulamento financeiro que põe em causa o seu futuro e, até, a sua existência. É, por isso, tempo de arranjar soluções e de ultrapassar esta situação muito difícil, sob pena de a autonomia dos Açores perder um dos seus mais importantes recursos como é a capacidade de produzir conhecimento.
A responsabilidade do financiamento do Ensino Superior em Portugal cabe ao Estado. E esse Estado tem de definir as opções políticas que pretende valorizar. É inquestionável o papel que podem e devem ter as Instituições de Ensino Superior para o futuro do nosso país, agora mais do que nunca. A Universidade dos Açores não é excepção. O Estado tem de assumir as suas responsabilidades no financiamento da Universidade dos Açores e de assumir o Ensino Superior como uma prioridade.
Mas essa responsabilidade não é apenas do Estado. Também as Instituições têm de se adaptar à evolução dos tempos e ter a preocupação constante de viabilizar os seus projectos e a sua capacidade de conseguir recursos.
A este propósito recordo uma das propostas do Presidente do Governo Vasco Cordeiro, que pode dar um contributo importante à Universidade. Um Contrato para a Criação de Emprego e Riqueza nos Açores, que torne a Universidade um dos maiores propulsores da dinâmica económica regional, através da importante qualificação de quadros, mas também da investigação aplicada em contexto empresarial.
Uma das medidas deste Contrato a firmar passa pelo reforço da componente da própria Universidade dos Açores como motor de crescimento económico. Ou seja, por cada euro que a Universidade dos Açores obtenha como receita própria, em resultado da investigação que realiza, o Governo atribuiu também um euro à Universidade, um sistema denominado Matching funds.
Trata-se de uma ideia pioneira nos Açores ao nível da investigação, que permite, ainda, incentivar a criação de “spin offs” (empresas que surgem a partir da investigação universitária), geradoras de emprego.
Prevê-se ainda uma concertação e maior articulação entre a Região e a Universidade dos Açores, para que, no âmbito da sua autonomia universitária, possa ficar dotada de um maior conhecimento das necessidades de emprego e, sobretudo, das necessidades de crescimento económico da Região.
Todos, sem excepção, Governo da República, Universidade, Governo dos Açores e agentes sociais e económicos dos Açores devem esforçar-se, empenhar-se e inovar na busca de soluções para preservar um importante activo para o futuro da noss Região, como é a Universidade dos Açores.