Opinião

Defender os Açores

Os tempos que vivemos hoje são muito difíceis. Estamos fortemente condicionados por uma situação económica externa muito desfavorável. Agrava esta situação a austeridade nacional que afecta fortemente os Açores e que provoca uma recessão sem precedentes no Continente, a nossa economia de referência. É por isso, que temos de orientar os nossos recursos disponíveis para o que é essencial – apoiar o Emprego, as Empresas e as Familias. Isso é bem visível nas propostas de Plano e Orçamento para este ano. Destaco duas questões de grande relevância nestas propostas: A manutenção dos apoios sociais nos Açores, o que é feito a contraciclo do resto do País e mesmo da Europa. Quando todos cortam este tipo de apoios, nos temos a capacidade de mantê-los e, nalguns casos, reforça-los; A operacionalização da Agenda Açoriana para a Criação de Emprego e Competitividade Empresarial. A existência desta agenda já é algo de grande relevância política. Hoje, os governos europeus, incluindo o governo português, dão mais importância à austeridade do que ao crescimento e ao emprego. Nos Açores, é opção política clara ter uma agenda orientada para o emprego. A sua correcta e atempada operacionalização é fundamental e o Plano e Orçamento apontam nesse sentido. As circunstâncias atuais exigem, por isso, a máxima responsabilidade e o máximo bom senso. Os açorianos esperam dos responsáveis políticos, mais do que discursos fáceis ou críticas estéreis, um verdadeiro compromisso para encontrar as soluções para ultrapassar as dificuldades. Os açorianos estão cansados de discursos maledicentes. Cansados de quem não se farta de falar mal e quem não se furta a esforços para puxar os Açores para baixo. E se há disponibilidade para colaborar, espera-se que essa disponibilidade seja genuina e sincera, sob pena de se estar a enganar os açorianos. Portanto, não são aceitáveis posturas politicamente esquizofrénicas, de quem de manhã diz-se pronto para colaborar e à tarde está pronto para falar mal, especular, desgastar e atacar sem fundamento. Há um ditado antigo que diz que “Não basta ser, é preciso parecer”… No caso em apreço, fará mais sentido o ditado ao contrário, ou seja, “Não basta parecer, é preciso ser”….