Opinião

O gigantesco desafio do emprego nos Açores

Não sendo alheios à realidade nacional, os Açores estão perante um período doloroso – quer para as empresas, quer para as famílias. Numa economia intrinsecamente modesta, torna-se cada vez mais difícil manter postos de trabalho. Porém, os empresários açorianos resistem como podem e acredito que apenas recorram ao despedimento em último caso. O Governo Regional, confrontado com uma conjuntura de grande adversidade, tem tomado medidas muito concretas através da Agenda Açoriana para a Criação de Emprego e Competitividade: a criação do programa de incentivo à Criação do Próprio Emprego (CPE) – PREMIUM; o Programa de Incentivo à Inserção dos Estagiários L e T (PIIE) no tecido empresarial; e o reforço do potencial produtivo regional que pretende facilitar a comercialização dos produtos regionais na hotelaria e na restauração. Outra das medidas assumidas pelo Executivo de Vasco Cordeiro é o estabelecimento de prioridade nos programas de emprego para casais em que ambos os membros se encontrem numa situação de desemprego. Por outro lado, o Secretário Regional do Turismo e Transportes, Vítor Fraga, revelou na BTL uma nova estratégia para o turismo nos Açores assente nas experiências em família, o que proporciona novos desafios aos empresários do sector, criando novas oportunidades de gerar receita. A criação da Via Verde para as Exportações é outro dos mecanismos previstos para aumentar as receitas dos empresários açorianos. Assim se vai procurando combater o desemprego nos Açores, face ao que vai sucedendo no restante território nacional. Na última década tombaram em Portugal 500 mil postos de trabalho. Porém, deve realçar-se que apenas num ano, em 2012, desapareceram 205 mil postos de trabalho: graças à governação austera PSD-CDS/PP, que empurrou o emprego para níveis de 1995. Como se estes indicadores não fossem suficientemente preocupantes, Pedro Passos Coelho ainda se atreve a sugerir uma redução do salário mínimo nacional. Encapotadamente, este executivo nacional já baixou os ordenados a todos os portugueses através da via dos impostos, diretos e indiretos. No mínimo: uma vergonha. No Arquipélago, o PSD/A entretém-se a “desafiar” o PS/A e o GRA a aprovar as suas propostas, numa postura de infantilidade política. Houvesse maturidade no PSD/A e o desafio seria apontado ao PSD nacional, no sentido de atenuar o esforço que tem vindo a ser imposto a todos os portugueses. Não tenhamos dúvidas; a criação de emprego (e emprego digno!) é o grande desafio dos Açores na(s) próxima(s) década(s). Não é algo que deva ser encarado com leviandade, nem aproveitado para jogadas políticas de uma oposição que procura desesperadamente o seu rumo. Nem o emprego se cria por decreto. Na minha perspetiva, a criação de emprego na Região passa pelo aumento das exportações, pelo aumento das receitas do turismo, pelo reforço do empreendedorismo e pela criação de condições favoráveis para que as empresas (nacionais ou internacionais) se multipliquem em território açoriano.