O CDS emitiu um comunicado a propósito do início do ano de 2015. Depois de várias considerações sobre o presente e o futuro, aquele partido demonstrou a sua satisfação pelo arquivamento do tão falado processo dos submarinos.
Abstendo-me de fazer considerações ou palpites sobre quem será o culpado, porque não me compete tal apreciação, o assunto dos submarinos e do que lhe está adjacente merece alguma reflexão.
Como se sabe este processo teve na sua génese o suposto pagamento de “luvas” a quem, alegadamente, detinha algum poder de decisão nesta matéria ou a quem facilitou ou abriu portas para que o negócio se efetuasse, como, aliás, acabou por acontecer.
O CDS afirma, nesse comunicado, que nada foi provado e que o partido tinha demonstrado uma grande capacidade de resistência em todo este processo.
Nada me repugna mais do que os julgamentos na praça pública. Infelizmente é o que mais se tem visto por aí nos últimos tempos.
Na Alemanha, país onde foram construídos os submarinos, foi desenvolvido um processo pelos mesmos motivos e houve condenação, por corrupção ativa, de pessoas que subornaram outras para ficarem com este negócio de valores milionários. Ora, como se sabe, se há um aliciador tem de haver um aliciado. Um não vive sem o outro.
E é aqui que está o problema. Na Alemanha foram detetados e detidos os subornadores, mas em Portugal a justiça não conseguiu chegar até aos que se governaram com maquias enormes, provadas pelos magistrados Alemães que apreciaram o caso, ao contrário do que aconteceu na Grécia num caso idêntico e que envolvia também a mesma empresa naval.
No nosso caso a justiça ficou coxa e à conta disso os ladrões encontram-se cá fora. É uma triste realidade.