Opinião

A quebra do consenso sobre a descida de impostos

A quebra do consenso sobre a descida de impostos Nos últimos meses o Governo dos Açores reuniu com os partidos políticos e com os parceiros sociais com o objetivo de recolher contributos para uma proposta, a apresentar ao Parlamento Açoriano, que contemple uma redução de impostos. Sim! O Governo dos Açores quer baixar impostos! Também a oposição, calculo eu… Mas como sabemos, o Governo da República não repôs o dinheiro que nos tirou, aquando da imposição do aumento de impostos nos Açores, o que obriga o Governo dos Açores – e todos os partidos que responsavelmente querem baixar impostos - a estudar muito bem, até ao limite dos nossos recursos, uma solução que permita, manter o equilíbrio das nossas públicas e, efetivamente, desonerar as famílias e as empresas Açorianas. Ou seja, não se baixa impostos apenas porque se quer! É preciso concretizar a melhor forma de o fazer, saber que impostos se quer reduzir e de que obras de deve abdicar. Não se pode é ter “sol na eira e chuva no nabal!” Há um diálogo a decorrer entre o Governo com todos os partidos e parceiros sociais, com uma solução prevista ainda para este mês. Mas será que estão todos empenhados num consenso sobre a descida de impostos!? Infelizmente não! --- A PPMização do PSD Como sabemos o PPM recusou-se a reunir com o Governo dos Açores, abdicando de ser parte da solução sobre esta matéria. O PSD não fez melhor. O Presidente do PSD, após uma rápida reunião com o Governo, rasgou o consenso que estava a ser obtido e radicalizou a sua posição, apresentando, à revelia do diálogo estabelecido uma proposta para “descer os impostos já.” Percebemos, mais tarde, surpreendidos, que a esta proposta mais não era do que uma “mão cheia de nada”, pois não consubstanciava nenhuma proposta concreta que referisse como se devia descer impostos, muito menos cumpria a promessa da “tal baixa imediata de impostos”. Limitava-se simplesmente e exclusivamente a recomendar ao Governo “uma descida de impostos” sem dizer como, nem a que custo. Aliás, estes dois partidos agiram na passada semana no Parlamento Regional sempre numa aliança radical negativa de crítica gratuita ao Governo dos Açores. Esta radicalização está a prejudicar os Açorianos. Todos sabemos que, em política, quando dois partidos se unem numa coligação negativa – que nada propõe, mas que existe apenas pelo interesse mesquinho de tudo criticar – é natural que o maior partido imponha a sua agenda ao mais pequeno. Nos Açores, assistimos a algo sui generis e, simultaneamente, constrangedor. O PSD/A, um dos fundadores do regime autonómico, deixa-se dominar pela agenda radical, populista, estridente e demagógica do deputado do PPM. No fundo, a liderança de Duarte Freitas – na condução da agenda programática social-democrata – deixa-se levar pelo partido unipessoal de Paulo Estevão. Depois de, pela primeira vez na história, o PSD não ter apresentado listas em todas as ilhas dos Açores, agora 20 deputados “laranjas”, deixam-se “liderar” pelo deputado satélite do PPM. Os verdadeiros social-democratas – ainda existem alguns – do PSD/A devem ficar de cabelos em pé sempre que Freitas segue Estevão, neste processo – penoso – de PPMização do PSD/A.