O CDS-PP convocou um debate parlamentar de urgência sobre “acessibilidades, transportes e turismo” que ocorreu na passada terça-feira, na Assembleia Legislativa dos Açores.
A convocação de debates de urgência é um direito legítimo de qualquer partido representado no nosso Parlamento. Obedece a um critério de relevância e oportunidade que cada força política interpreta de acordo com a sua sensibilidade.
O debate em causa teve momentos interessantes e esclarecedores em torno de um tema muito importante para a nossa economia e para o nosso arquipélago.
Como seria de esperar, o debate centrou-se no novo modelo de transportes aéreos que entrará em vigor no próximo dia 28 de Março. As novas obrigações de serviço público e a liberalização das ligações entre o exterior e as ilhas Terceira e São Miguel, com a consequente entrada em operação de transportadoras “low-cost”, foram o centro das atenções.
O que acabou por ser absolutamente insólito foi a parte final do debate. Confrontados com sucessivos esclarecimentos, por parte do governo e do PS, sobre as questões que iam sendo levantadas a oposição acabou por, em desespero, recorrer à mais inacreditável institucionalização da intriga.
O desespero da oposição acabou por tornar um debate parlamentar numa mera conversa de café. A tese defendida insinuava, sem qualquer prova, que o Governo Regional tinha favorecido as companhias “low-cost”.
Mesmo perante a total rejeição das acusações por parte do Governo, vários partidos da oposição insistiram que o Secretário Regional dos Transportes teria subsidiado a operação das “low-cost”e, ainda mais grave, teria dado instruções à SATA Internacional para não praticar tarifas inferiores a 200 euros nas ligações entre os Açores e o Continente. Chegou-se ao ponto de insinuar a existência de um acordo secreto entre o Governo dos Açores e o Governo da República para que a TAP deixasse de voar para as ilhas do Pico e do Faial.
Os partidos da oposição nos Açores precisam de uma cura urgente de serenidade e de sentido das responsabilidades.