Opinião

Carlos César

O percurso político e pessoal do Carlos César fala por si. Não precisa de elogios ou de mais realces, sobretudo de quem se considera suspeito, tendo em conta a enorme admiração e amizade. Mas nos tempos que correm, a disponibilidade e vontade que ele tem de travar mais um combate político em defesa dos Açores e dos Açorianos tem enorme relevância e grande significado político. Carlos César será o cabeça de lista do Partido Socialista nos Açores nas próximas eleições legislativas nacionais. E sendo, atualmente, o Presidente do Partido Socialista nacional são vários os camaradas que sugerem a importância e necessidade de Carlos César integrar o círculo eleitoral de Lisboa tendo em conta o cargo que desempenha e o seu prestígio. Mas, como sempre, ele não troca os Açores por nada e assume como condição indiscutível em quaisquer responsabilidades politicas no futuro, uma forte ligação aos Açores e competente e muito bem preparada representação externa da nossa Região. A sua agenda política é a mesma de sempre, os Açores. Por isso, qualquer açoriano, seja ou não socialista, terá muito a ganhar com a vitória de Carlos César e do PS nas próximas eleições legislativas nacionais. Questões como a gestão partilhada do mar, as reduções anunciadas na Base das Lajes, o fim das quotas leiteiras, a relação financeiras entre o Estado e as Regiões, a importância das Regiões para as Instituições Europeias ou a perspetiva que o Estado central tem das Regiões Autónomas e, consequentemente, do papel que os serviços do Estado devem ter nestes territórios, são algumas matérias de enorme importância para o futuro dos Açores que exigirão grande preparação e grande trabalho de influência, ao alcance de poucos. O PS Açores terá assim o melhor cabeça de lista que qualquer partido poderia ter. Um ex-presidente do Governo, com larga experiência política, com provas dadas inquestionáveis, com prestígio nacional e com grande capacidade de influência e de intervenção no palco político nacional e europeu. Um cabeça de lista proposto pelo Partido Socialista dos Açores. Sem ter em conta qualquer tipo de constrangimento ou de condicionalismo sobre as vontades nacionais. Ao contrário do que acontece no PSD Açores que, segundo consta, não escolhe ainda o seu cabeça de lista porque só o fará depois de definida a estratégia nacional. Esta diferença de comportamento é bem demonstrativa de como a atual direção do PSD Açores está refém das vontades e dos humores de Pedro Passos Coelho e da direção nacional do Partido. Se nestas questões é assim, imagine-se o que seria no caso de relações entre dois Governos do mesmo Partido. Assim, aqui deixo um abraço solidário ao Dr. Mota Amaral, um dos fundadores da nossa Autonomia Regional pós-25 de Abril e merecedor de grande respeito, colocado numa situação lamentável pela atual direção do PSD Açores.