Opinião

SATA - A correr melhor do que o esperado

É certo e sabido que a SATA não vive o melhor dos mundos em termos financeiros, mas ficamos todos a saber, na passada quarta-feira, que os resultados relativos ao ano de 2014 foram melhor do que o esperado. Sim, a empresa teve um prejuízo de 35 milhões de euros, mas a impressividade destes resultados deve-se à utilização de um outro método contabilístico e à aplicação de um princípio de cautela na contabilização de receitas futuras que ilibam, praticamente, de qualquer dúvida - pelo menos é o que diz a auditora PWC - a credibilidade das contas da empresa. Caso fosse utilizado o método anterior, a empresa teria ultrapassado positivamente as metas previstas no seu Plano de Negócios 2015-2020. Sim, a administração da empresa está a agir na sua reestruturação, apesar das dificuldades financeiras, tendo já as suas tripulações em treino para a nova frota que entrará em breve – no verão - em funcionamento e a mudança do nome da SATA Internacional para Azores Airlines já está em pleno processo de implementação. O seu endividamento previsto no Plano de Negócios 2015-2020 foi reduzido em cerca de 18 milhões euros e o Governo tendo já pago 10 milhões de euros do valor em dívida, comprometeu-se junto de entidades bancárias e dos Açorianos a assegurar a existência da SATA. Mais, pelo que sabemos a operação aérea nas rotas liberalizadas está a correr bem! Para quem achava que a SATA iria ter menos tráfego nestas rotas, a empresa que gere 5 aeroportos na Região, a ANA S.A., anunciou um incremento de mais de 3.000 passageiros na rota Ponta Delgada/Lisboa/Ponta Delgada só nos aviões da nossa companhia aérea. Ou seja, a SATA não “caiu” como muitos esperavam! Apesar das dificuldades, com o trabalho dedicado dos seus colaboradores “está aí para a luta”, com tarifas competitivas a servir (todos!) os Açorianos na sua mobilidade, o nosso turismo e a levar o nome dos Açores além-fronteiras. Taxa de desemprego nos Açores inferior ao Algarve, Madeira e Alentejo No ano passado poucos acreditavam que fosse possível esta recuperação. Aliás, alguns inclusive - como Duarte Freitas do PSD – regozijavam com o facto da taxa de desemprego na Região, até há pouco tempo, ser a mais alta do país, como se o pior para os Açores, fosse, necessariamente, o melhor para o PSD. Este raciocínio tem 100% de “partidarite” primária e 0% de amor aos Açores. Os cálculos não podiam estar mais errados pois a taxa de desemprego no 1º trimestre 2015 desceu para 14,9%, diminuindo 3,1 pontos percentuais num ano e de 0,6 p.p. relativamente ao trimestre anterior. Sim, ainda há desempregados a mais, mas também é um facto que estamos a criar emprego nos últimos 12 meses, mais 5.536 empregados. Sim, esta melhoria não é feita à custa da emigração das nossas gentes – como defende o PSD de Berta Cabral – a população ativa subiu o que releva ainda mais o facto da população empregada neste trimestre (104.529) ser o maior valor desde o 3º trimestre de 2011 (107.127). E sim, os Açores são a única Região do país onde o desemprego diminui (-0,6 p.p.), sendo que no país se regista um aumento de 0,2 p.p. São boas notícias de facto, mas ainda há muitos desempregados que diariamente passam por dificuldades e que merecem mais do que investimento nas empresas dos poderes públicos. Tem direito a um Estado que lhes proporcione um apoio social, uma formação adequada ou um trabalho temporário, para que possam viver com a sua família de forma digna.