Da Comissão de Inquérito à situação do Grupo SATA espera-se que trabalhe em prol do apuramento de todos os factos que permitam perceber a evolução da situação económica e financeira da empresa.
Tem sido essa a postura dos Deputados do PS: de procura do apuramento de todos factos; mas também de preocupação e salvaguarda com o futuro da empresa, do seu serviço e sobretudo dos seus trabalhadores.
A prova deste empenho é publica e notória, não fossem esses Deputados do PS responsáveis por mais de 60% das questões que devem apuradas no decorrer da Comissão, não se tendo oposto a nenhuma proposta da oposição neste âmbito.
Desde cedo se demonstrou que ao PSD não importa apurar os factos. O objetivo, premeditado, tem como objetivo político o ataque ao atual Presidente do Governo e ao seu executivo, nem que para isso tenha que destruir a imagem da SATA.
Foi com estupefação que assisti aos interrogatórios dos Deputado Jorge Macedo e Joaquim Machado que, despudoradamente, tentaram passar uma imagem da SATA como uma empresa falida e com contas marteladas.
Não foram uma nem duas vezes! Foram três! As tentativas dos Deputados do PSD para a auditora respondesse no sentido de dizer a palavra “falida” para que Duarte Freitas se deliciasse no dia seguinte com as manchetes dos jornais.
De pouco interessava que já se soubessem, desde o dia anterior, os valores dos capitais próprios negativos da empresa que davam a resposta a essa pergunta ou que essas notícias pudessem dificultar a vida da SATA com a banca ou com parceiros de negócios. Interessava sim, obter um soundbyte que criasse o maior dano possível ao Governo, independentemente das consequências.
Não é, também, uma postura séria do maior partido da oposição rir-se e interromper permanentemente os Deputados do PS quando estes questionavam os auditores da SATA com perguntas óbvias e sérias:
“Porque é que uma empresa que em 2011 e 2012 teve resultados positivos e que até à altura tinha as suas contas equilibradas, num único ano, o de 2013, tem um prejuízo de 15,75 ME e entra em dificuldades?”
Ou
“Qual o peso da variação do preço do petróleo, das greves no Santo Cristo, da decisão do Tribunal Constitucional, do incidente com uma aeronave “Tail Strike”, do atraso de manutenção, no Brasil, de um A310 em plena época alta, da descida generalizada de tarifas para a América e Continente português e da rentabilidade negativa das rotas para a Europa, nos prejuízos de 2013?”
Não! Não interessa saber que, por exemplo, se preço médio dos combustíveis se tivesse mantido, entre 2008-2013, semelhante ao custo médio de 2007, a SATA teria poupado 84 ME e tido lucros.
Não interessa saber que as rotas para a Europa, criadas (e bem!) no tempo do Eng.º Cansado - que ainda hoje defende a sua manutenção - trouxeram para os Açores, durante a crise 2009-2014, 598.793 dormidas e deixaram, mesmo assumindo o défice de exploração, mais de 40 ME.
Para o PSD não interessa saber nada sobre isto! Nunca, sequer, mencionou estes fatores!
Interessa-se pelo “enredo”, pela suspeição e pela conclusão precipitada: pela subida do preço catering - vá-se se lá saber porquê!? – pelos soundbites e fugas de informação para os OCS, pela pequena contradição na linguagem.
São capazes, inclusive - se isso permitir atacar a SATA e o Governo - de obter a “medalha de ouro” do contorcionismo político, como aconteceu quando passaram a defender, de um momento para o outro, a manutenção da frota A310, depois de tudo o que disseram destes “aviões em fim-de-vida”
E o que fazem quando não têm sucesso? Criam incidentes para adiar os trabalhos da Comissão.