Um provérbio chinês afirma que uma imagem vale mil palavras. No caso do Governo da República, graças aos desmandos de Berta Cabral, é possível afirmar que há comportamentos de altos responsáveis do Estado que valem mil críticas. A cabeça de lista do PSD-Açores às próximas eleições legislativas nacionais, revelou ao País o sentido ético que tem sobre a utilização de meios do Estado. Berta Cabral desviou meios da Força Aérea Portuguesa, em serviço de evacuação médica de emergência, para participar numa cerimónia na qual a sua presença não era essencial. A história conta-se em poucas palavras. Na passada terça-feira, Berta Cabral voou de Lisboa para o Funchal num voo comercial para participar nas cerimónias do Dia da Defesa Nacional. Devido a ventos cruzados no aeroporto de destino, o voo divergiu para o Porto Santo tendo a governante ficado retida nessa ilha. Nessa circunstância, Berta Cabral, Secretária de Estado da Defesa, averiguou junto da Força Aérea da possibilidade de se deslocar por meios militares para a ilha da Madeira. O que torna este episódio absolutamente inadmissível é o facto de se condicionar e atrasar uma operação que estava a decorrer – com a aeronave já em pleno voo - de evacuação médica de emergência de dois doentes do Porto Santo para o Hospital do Funchal. O Helicóptero que já se encontrava em pleno voo não só voltou para trás como, inclusivamente, teve de aguardar na pista pela chegada e pelo embarque de Berta Cabral. O que terá passado pela cabeça da Sr.ª. Secretária de Estado da Defesa para ordenar à Força Aérea que interrompesse um voo de evacuação médica para lhe permitir seguir para o Funchal? Como explicar que um Governo cujo Primeiro-Ministro se vangloria de voar em classe económica permita que uma secretária de estado use e abuse de meios da Força Aérea? Uma coisa é certa. Não só pelo facto em si mas também pela ridícula justificação que apresentou, num país com um Presidente da República isento e com um Primeiro-ministro coerente, Berta Cabral teria feito na passada terça-feira o seu último voo num helicóptero da Força Aérea.