Opinião

Entrudo

Mal se foi o Natal, em ano de festas móveis “descidas”, na Terceira começou logo o ensaio das danças. E já lá vão as quintas de amigo (a)s, e compadres e comadres. O impressionante, nas danças e bailinhos, é a forma assaz democrática como tantos tomam, com saudável sentido proprietário e nenhuma estranheza, o palco e a palavra. E é sobretudo altura de crítica, na melhor tradição vicentina, a que ninguém deve escapar, num escrutínio implacável que, na devida medida, deve ser levado em conta por todos os poderes e cidadãos. É claro que, se juntarmos ao número de protagonistas diretos dos enredos, os músicos, acompanhantes, costureiras e espetadores… é quase toda a ilha que participa, numa maratona de teatro popular única. Festa viva e, por isso mesmo dinâmica, tem-se notado uma gradual diminuição das danças de espada, e um quase monopólio dos bailinhos – o que muito justamente preocupa algumas das “almas vivas” desta arte. Para além disso, a difusão global desses eventos pelas novas plataformas, que a internet possibilita também, vem colocar, para além das aparentes vantagens, novos problemas, a reclamar consensualizada regulação. Vamos esperar no salão pela primeira… e pela próxima!