As comendas, insígnias ou condecorações servem para reconhecer personalidades ou instituições que se destacam ou se destacaram nas suas atividades ou profissões.
O Presidente da República, agora de saída, tem aproveitado esta última fase do seu, também, último mandato para homenagear alguns cidadãos ou instituições que, no seu entendimento, merecem ser reconhecidos pelo órgão que representa todos os Portugueses. Nessa qualidade, que acarreta uma especial responsabilidade, deve atribuir essas distinções com objetividade, justiça e de modo criterioso, como a função exige, em representação do Estado que, afinal, é o povo deste país.
Não concordámos nem concordaremos com todos. Isso é mais do que certo, porque não é fácil agradar a todos, mas também é certo que não esse o problema.
Esperava-se que este Presidente da República fosse capaz de homenagear todos os Portugueses que, de uma maneira ou de outra, se destacaram fora de portas pelas obras que escreveram ou pela carreira que construíram, tal como o fizeram os que o antecederam e como farão os que vierem depois dele, naturalmente.
Infelizmente, salvo um sobressalto de última hora, parece que o ainda Presidente da República vai terminar o seu segundo mandato, sem homenagear José Saramago e Carlos do Carmo, vencedores dos prestigiados Nobel e Grammy, distinções apenas ao alcance de uns poucos.
Não se pode classificar um Presidente da República apenas pelas falhas e omissões, mas esta sua maneira de misturar os gostos pessoais com a independência que o cargo para que foi eleito exige, dará azo a que os seus mandatos terminem ainda mais pobres e deixando poucas saudades.