‘Rank’ como palavra inglesa significa “estar em posição cimeira ou próximo ao chefe”. O uso de ‘rankings’ iniciou-se no Reino Unido, na década de 80, no setor da saúde, com o neoliberalismo e monetarismo de Tatcher, num contexto de forte contestação ao Estado Social. Na sua base, estão critérios económicos, orientados para a verificação e quantificação da eficiência. Numa”era de medida”, resta saber se medimos o que valorizamos ou valorizamos o que é bem medido… As preocupações dos rankings “parecem” que se circunscrevem à melhoria da governança das instituições ou entidades; porém, o que verdadeiramente pretendem é afirmarem-se como procedimentos padrão focados só na concorrência. A sua objetividade é duvidosa porquanto é difícil avaliar tudo aquilo que os rankings expressam. A neutralidade dos rankings pode questionar-se porque, como em qualquer método, estão implicadas escolhas estratégicas. As próprias agências de notação financeira apresentam estas limitações de objetividade e de neutralidade. No caso da TAP e da SATA os rankings saídos esta semana servem a turbulência desta guerra comercial onde vale tudo para valorizar certos ‘players’ do mercado concorrencial. É bem verdade que o número não é quantidade e menos ainda qualidade. Sabendo do impacto e amplificação que muitos media dão a dados “simplistas”, os emissores de rankings acabam por influir nas escolhas dos “clientes”, nesta selva neoliberal em que se transformou o dito mundo global.
Ao contrário da AirHelp, o ranking Airline Ratings avalia se a companhia aérea é certificada pelo sistema de avaliação de segurança da Associação Internacional de Transportes Aéreos. Com base neste outro ranking há companhias que podem ser banidas de determinados espaços aéreos. A volatilidade do “impressionismo” dos rankings da AirHelp é tal que, já este ano, a Airline Ratings atribuiu à TAP seis estrelas (num máximo de sete) no ranking das companhias mais seguras do mundo (critérios de segurança e categoria de Serviço prestado) e, a nossa SATA também teve seis estrelas em 2015. Assim, melhor será valorizar a medida segurança do que aceitar, acriticamente, as medidas que outros valorizam com propósitos (in)visíveis. Deste modo, também cumprimos e reforçamos a nossa Autonomia.
Mais: Diminuição sustentada do nº de desempregados inscritos nos Açores.
Menos: O PSD sem validade interna e externa fala sem sentido de confiabilidade.