Cavaco vai deixar Belém. Politiqueiro “anti-político”, Cavaco assumiu-se na sua plenitude no último mandato. Acumulou derrota sobre derrota: a investidura do atual Governo e a assinatura forçada do diploma da adoção por casais homossexuais são apenas dois últimos exemplos. Foi um Presidente sectário e partidário e nunca percebeu a descentralização democrática e autonómica: o sorriso das vacas não é uma piada, é mesmo a confissão duma limitação cultural. Falhou tudo na sua missão presidencial: a leitura da CRP, a isenção institucional, a compreensão e unidade nacional. Fez quase sempre o contrário do que desejava e diminuiu em muito o prestígio da função presidencial. Apesar da imagem salazarenta que sempre promoveu de “mago das finanças”, assistiu cúmplice ao desmoronamento de parte do nosso sistema financeiro. Pior do que isso: enquanto garantia a solidez do BES, investiu no famigerado BPN!!! Cavaco nunca quis ouvir as Autonomias para a nomeação do RR e mandou-nos um Embaixador. Entretanto, embalada na brisa constitucional, ou sacudida pela hipocrisia centralista, a Bandeira dos Açores espreita, altaneira, no Solar da Madre de Deus… Na certeza de que há-de vagar quando extinguir!