1 – Duarte Freitas anda a ter umas súbitas epifanias. Diz que “quer vencer os desafios da Educação com os Açorianos”, instando os Açorianos para se “juntarem a ele” nessa demanda, num discurso com tiques de Braveheart, mas completamente vago de ideias, recheado de clichés e sem uma única verdadeira ideia que não fosse o falar mal dos governos do Partido Socialista. Ao menos nisso é genuíno - é que mais não tem sabido fazer. Depois de anos sem se preocupar minimamente com o que se passava na Ribeira Grande, por exemplo, o líder do PSD Açores acordou um dia preocupadíssimo com a esquadra da PSP da cidade. Depois de o processo se ter iniciado há anos, depois de Duarte Freitas ter um papel totalmente nulo no mesmo, e do seu partido ter igualmente feito zero para assegurar um protocolo que visasse a construção da esquadra (trazer Secretários de Estado que não têm competência na matéria de pouco ou nada vale, como se comprovou). Duarte Freitas foi à Ribeira Grande fazer o quê? Falar mal de um Governo PS. Era o único objetivo.
Diz o líder do PSD/A que está cheio de ideias para resolver a situação do setor leiteiro e que “a culpa disto tudo” é do PS. A julgar pelas propostas que (não) apresenta na Assembleia Legislativa Regional, é bastante suspeita a sua insistência em não dizer o que tem em mente para o setor. O que exacerba a probabilidade de isso vir a ser um rotundo… nada. Mas com uma coisa podemos sempre contar: que Duarte Freitas não confie no património intelectual dos Açores e que vá procurar numa universidade estrangeira as soluções para os problemas da Região. Para o líder do PSD, o que vem de fora é que é bom. E não é esta, de certeza, a liderança de que os Açores precisam.
2 - Passou-se um ano desde que voou para os Açores a primeira companhia low-cost. Desde então, temos assistido a uma evolução notória do Turismo, com uma miríade de novos negócios a emergir, o que se tem refletido, igualmente, nos contínuos abaixamentos dos números do desemprego. Os mais recentes indicadores do Turismo apontam que, em janeiro do corrente ano, as dormidas nos estabelecimentos hoteleiros registaram 2,1 milhões de dormidas e 870,7 mil hóspedes, representando crescimentos homólogos na casa dos 10,7% e 10,3%, respetivamente. A nível de números do desemprego, a taxa àquele referente, nos Açores, e só no último ano, registou a maior redução dos últimos 10 anos. Os Açores foram a região do país com maior redução da taxa de desemprego nesse mesmo período. Desde 2011 que não tínhamos tantos Açorianos a trabalhar como tem acontecido desde o segundo trimestre de 2015. E a nível de políticas públicas, uma diversidade de mecanismos foi criada para que se pudessem proporcionar as oportunidades necessárias a dar a volta a uma situação de desemprego. Parece claro que têm sido bem aproveitados e que, a julgar pelos números, estamos a trilhar um bom caminho.
O Turismo tem representado um importante portal para o desenvolvimento e o crescimento económico dos Açores, mas com uma data de outras questões diretamente conectadas com aquele e interligadas entre si que continuam a requerer a maior atenção. Desde logo, a necessidade de manter o equilíbrio ambiental das nossas ilhas, a continuação do fomento da promoção dos Açores como destino de excelência e a necessidade de continuação de uma aposta na formação dos ativos ligados ao Turismo.
É também no “passa palavra” que reside a sustentabilidade de um destino turístico, pelo que ecossistemas equilibrados e protegidos (banindo tudo quanto os tinja), uma boa promoção dessa mesma Natureza e a excelência na receção ao turista são chaves para o sucesso. É que ter muitos turistas não basta, por si só. Como dizia o outro, “chegar ao topo é fácil, manter-se lá é que é o maior desafio.”