O transporte marítimo de mercadorias é de crucial importância para o desenvolvimento de qualquer país.
Uma região dispersa como a nossa, composta por nove ilhas e outros tantos portos comerciais, o abastecimento das populações e a exportação dos seus produtos, dependem quase exclusivamente deste tipo de transporte.
Nos continentes existe a possibilidade da combinação do transporte marítimo com o ferroviário e o rodoviário.
Este sistema intermodal, eficiente pela sua complementaridade, não está acessível numa região arquipelágica como a nossa, daí a aposta no transporte marítimo ser uma prioridade e até uma inevitabilidade.
O modelo atual em vigor nos Açores, embora assente em Obrigações de Serviço Público, está inserido num mercado liberalizado, sem financiamento por parte do orçamento regional, possibilita o abastecimento de todas as ilhas de forma articulada entre as três empresas que prestam esse serviço, com regularidade, continuidade, frequência e capacidade.
Este modelo obriga a ligações semanais entre portos do Continente e da Região Autónoma dos Açores, obriga a cumprir horários pré-estabelecidos, a efetuar, no mínimo, uma escala quinzenal em todas as ilhas e a garantir tempos de expedição da carga entre a origem e o destino não sejam superiores a sete dias úteis.
E mais. Este modelo assegura a continuidade do serviço pelo período mínimo de dois anos.
E por fim, uma questão que é muito importante: os preços a praticar são iguais para a mesma mercadoria, independentemente do porto ou ilha de destino. Um contentor de Lisboa para S. Miguel ou para a Graciosa tem o mesmo custo.
A coesão económica passa também por aí, pela igualdade de oportunidades de todas as ilhas e para isso é preciso garantir os toques regulares nas ilhas, quer para garantir o abastecimento, quer para a exportar os produtos e é preciso garantir o mesmo preço para todas as ilhas, quer sejam grandes ou pequenas.
Os detratores deste modelo falam muito na economia, mas não há economia sem pessoas.