A razão para o qual os governos do Partido Socialista terem merecido, sucessivamente, a confiança dos Açorianos desde 1996, está relacionada com a capacidade para renovar e melhorar permanentemente os seus protagonistas e as suas políticas.
Alguns dos leitores poderão pensar que esta afirmação não é mais do que um discurso para “eleitor ver”, mas se olharmos com atenção para o trabalho realizado e para os resultados, de uma forma factual, a realidade surpreende até a própria oposição política.
Na área do turismo passamos por várias fases, desde a inexistência do sector em 1996, à abertura da Região ao exterior (Continente e mercados europeus) e construção de infraestruturas hoteleiras base, para a evolução e consolidação presente de uma Região turística – com mercados emissores provenientes sobretudo do estrangeiro, de dois continentes - com uma marca distinta de turismo de natureza e de experiência. No ano de 2015, o número de dormidas de turistas nos Açores foi o maior de sempre.
Ao nível dos transportes marítimos e aéreos assistimos nos Açores a uma autêntica revolução. De uma Região que não dispunha de transporte marítimo de passageiros, com exceção dos “velhinhos” cruzeiros no Canal, criámos com sucesso o transporte marítimo de passageiros e viaturas que permite a milhares de pessoas, durante a época alta, viajar. No Grupo Central, com a construção de dois novos navios, acrescentamos mais qualidade e conforto e a possibilidade de transporte de viaturas e carga rodada.
Nos transportes aéreos, passamos de uma Região que dependia do exterior exclusivamente das vontades da antiga Transportadora Aérea Portuguesa (TAP), primeiramente, para um modelo de acessibilidades exclusivamente regulado, com a presença também de uma empresa pública Açoriana, a SATA e de várias companhias aéreas que voavam do estrangeiro e, presentemente, para um regime semi-liberalizado, diferente do insucesso da vizinha Madeira, que associa as virtudes de uma liberalização com a proteção do passageiro residente. Em todas estas fases o número de passageiros aumentou, com exceção dos anos da crise, e os preços reais desceram sempre.
Em termos de contas públicas e crescimento económico, apesar do permanente mau agoiro e desconfiança da oposição e do mau jornalismo, não deixa de ser curioso referir que durante a crise, os Açores, foram a única Região do país que não esteve sujeita a um plano de austeridade específico, nem foi alvo - antes pelo contrário!- de nenhuma referência, nem aviso, de nenhuma instituição nacional e internacional, para um qualquer problema nas suas contas públicas.
Mais ainda deve ser salientado, em matéria de crescimento económico, que apesar de praticamente termos sempre convergido desde 1996, que, especificamente, durante a crise que começou em 2008, o nível de riqueza produzida nos Açores, aproximou-se da média europeia, o que permite verificar, que apesar de termos tido muitas dificuldades, conseguimos enfrentar a crise melhor do que as outras regiões.
Estes são alguns exemplos onde os Governos do PS conseguiram implementar novas políticas que suscitaram novos desafios, que obrigaram a renovar estas mesmas políticas. Poderia referir o caso da educação, onde conseguimos reestruturar e modernizar quase todo o parque escolar e evitar o abandono precoce escolar, sobretudo o de agregados mais desfavorecidos, o que, obviamente, suscitou um imediato novo desafio ao nível dos resultados escolares. Mesmo no sector da agricultura que atravessa uma crise devido ao fecho dos principais mercados de exportação é inegável que existiu uma modernização histórica e que este sector está empenhado, em parceria com o Governo dos Açores, em arranjar soluções para as dificuldades conjunturais que atravessa.
Sim, é inegável a renovação de políticas destes Governos do PS, como também é inegável a renovação de protagonistas. Não deixa de ser curioso verificar que a bancada parlamentar do PS foi mais renovada do que a do PSD - que tem protagonistas que fazem política desde 1985 – que a média de idades da direção da bancada parlamentar do PS é, inferior, em pelo menos, dez anos, à do PSD e, que 70% dos membros do Governo dos Açores estão em funções há menos de 4 anos.
Nesta matéria é caso para dizer que o PSD é como aquele velho provérbio: “Bem prega frei Tomás, faz o que ele diz e não o que ele faz”.