Opinião

Um desabafo!

Todas as semanas escrevo para este jornal dando a minha opinião sobre um conjunto de assuntos que me interessam e que julgo interessar aos que tem a paciência para me ler. Expresso posições políticas, sobre a nossa governação, sobre o caminho que acredito, genuinamente, que devemos trilhar para a nossa terra e, naturalmente, sobre aqueles que também defendem um caminho diferente, a nossa oposição. Muitas vezes divirjo da oposição, – sobretudo da de direita - o que é razoável, pois não comungo da maior parte dos valores de conceção e organização de sociedade que defendem, como, por vezes, - menos! - também discordo de posições do meu próprio partido. Em todos os casos, fui consequente com os valores que me incutiram, pois acredito genuinamente, que o debate sério gerado na divergência enriquece, realmente, o saber da comunidade como também a faz avançar. Tem sido sempre este o caminho - o da opinião política - que tenho tentado seguir nas minhas crónicas neste jornal, como também na minha restante vida pública e, penitencio-me, se algumas vezes ultrapassei minimamente esta fronteira. Mas nos Açores nem sempre isso aconteceu, aliás, atrevo-me a dizer, que ultimamente, o principal partido da oposição tem feito tudo menos isso. Tenho assistido em silêncio – porque, honestamente, não gosto deste tipo de coisas e, de facto, tenho mais que fazer! – nos últimos três anos, a um estilo de discurso de alguns dirigentes do PSD - não de todos, reconheça-se! - de permanentes insinuações e ataques pessoais a dirigentes do PS e às suas famílias. Para aqueles que têm pouca memória, apelo a que se esforcem e se lembrem, nos últimos três anos, de dez críticas políticas do PSD ao Partido Socialista dos Açores… Eu, honestamente, que trabalho nesta área, não consigo chegar a metade deste número! Mas se pensarmos neste novo estilo do PSD/Açores, que transformou a palavra “socialista” num adjetivo pejorativo de caráter pessoal, não serão poucas as referências que encontramos. O Vice-Presidente do Governo, para além da forma “jocosa “ com que foi apelidado de “amigo do Sócrates” - como se pudéssemos prever ou ter culpa no que aconteceu com o antigo primeiro- ministro do PS… -, foi chamado de “aldrabão”, “mentiroso”, “malabarista”, “pouco sério” e de “dono disto tudo”. Curiosamente, estes senhores nunca conseguiram desmentir, por única vez que seja, um dado apresentado por Sérgio Ávila. Outros membros do PS e suas famílias, também foram alvo de considerações menos próprias, como se tivessem cometido um crime pelo facto de não concordarem com o maior partido da oposição. A esta intolerância não escapou o presidente da federação das pescas que ousou tomar uma posição própria que não era coincidente com a do PSD. Como diz o nosso povo, e bem, “quem não se sente não é filho de boa gente!” E eu considero-me filho de boa gente! Nada se compara às críticas pessoais que a minha família tem sido alvo. Nos últimos anos, eu e a minha família fomos alvo de todo o tipo de calúnias e insinuações cobardes, disfarçadas com meias-verdades, plantadas em jornais e revistas, para parecer o que não é perante a sociedade açoriana (não me espantava que muito em breve não voltasse a acontecer o mesmo). Sobre o meu trabalho, destes, nunca ouvi uma única crítica, sobre a minha competência, também não. Qual o meu crime!? O único que não posso, nem me quero arrepender, o de ser orgulhosamente o filho do meu pai! A minha mulher que trabalha desde os 18 anos, fez carreira na função pública no Continente e fez a custo duas licenciaturas e uma pós-graduação, foi nomeada, a prazo, como tantos outros, para um posto de confiança política… Qual o seu crime!? A falta de competência!? Não, o facto de ser minha mulher! Não me revejo nesta nova forma de fazer politica desta liderança do PSD e acredito, que os Açorianos também não.