É inquestionável o sucesso do projecto autonómico açoriano.
Em 40 anos de Autonomia conseguimos muito. Aumentámos consideravelmente a qualidade de vida dos Açorianos.
Esta é uma caminhada que não está, porém, terminada.
A construção desta "Torre Autonómica" tem de continuar, assente em pressupostos de responsabilidade, inovação, transparência e confiança.
Na valorização do nosso mais importante recurso, as pessoas.
Com a humildade de perceber o que fizemos menos bem, para que isso possa ser melhorado e alterado.
O mundo é cada vez mais plano, tem menos fronteiras.
Só nos afirmaremos nesse mundo cada vez mais global e competitivo se fizermos o que mais ninguém faz, com a qualidade que poucos conseguem atingir.
E temos condições para isso.
Não devemos, por isso, embarcar em narrativas auto-destrutivas, divisionistas, próprias de profetas do apocalipse. Temos, sim, de nos concentrar a potenciar o que temos, a valorizar o nosso trabalho e os nossos recursos.
Nem circunscrever o debate autonómico a uma lógica jurídica ou reivindicativa.
A abordagem tem de ser política, defendendo uma Autonomia Afirmativa, evidenciando que o País tem muito a ganhar com os Açores e com as mais-valias que as nossas especificidades e localização garantem à projecção de Portugal no Mundo.
Tal como a Constituição da República é hoje uma das mais importantes manifestações da nossa soberania, a nossa Autonomia protegida na Constituição tem de ser a fortaleza preservada onde construímos formas alternativas de solidariedade e de desenvolvimento.
A história de sucesso da autonomia dos Açores é hoje a prova material de que a afirmação da Portugalidade no meio do Atlântico só se fez com sucesso e com garantias de modernidade a partir da implementação do regime autonómico.
Com a inspiração das várias gerações de açorianas e açorianos que lutaram para que chegássemos até aqui.
Com a inspiração dos açorianos anónimos que todos os dias, nas suas casas, nas suas vidas, nos seus trabalhos ajudam a construir uma Região mais forte. Uma Região Melhor.
Com a inspiração dos Açorianos que reergueram Freguesias, Cidades e Ilhas depois de tragédias e catástrofes naturais.
Com a inspiração de Açorianas e Açorianos que estão sempre disponíveis para elevar o nome da Região Autónoma dos Açores.
Temos, por isso, a obrigação de continuar a fazer Autonomia. Uma Autonomia que não está circunscrita às páginas de livros de legislação ou às discussões e debates entre elites, mas uma Autonomia que todos os dias é colocada ao serviço dos cidadãos e uma Autonomia que tem de fazer tudo o que está ao seu alcance para garantir que os jovens que estão hoje fora da Região a estudar e a qualificar-se, regressam e aqui se fixam.
Só com eles é que poderemos ambicionar mais 40 anos com o mesmo sucesso.