Todos erramos, em especial quando se tomam decisões, afetam recursos, estabelecem objetivos e concretizam projetos. É assim na vida e, como não poderia deixar de ser, também na governação.
O atual Primeiro Ministro de Portugal, está a dar uma lição à politica portuguesa ao manifestar, no exercício das suas funções, a capacidade para estabelecer compromissos, com uma aptidão negocial ímpar, bem como a perspicácia de aprender com os erros do passado (inclusive do seu próprio partido), no sentido de os contornar e/ou minimizar.
Por outro lado, não fecha os olhos à crise nem ao ajustamento das politicas, ao comportamento dos mercados, gerindo informações, que os mantenham ativos, sobretudo para a necessidade de financiar a economia portuguesa. PCP e BE parecem também aprender com os erros do passado. Apesar das discordâncias de principio, com muitas das políticas atuais, suportam o Governo da iniciativa do PS, corrigindo o erro óbvio, de apoio à direita portuguesa, verificado aquando das posições tomadas relativas à ação do XVIII governo de Portugal.
Só quem parece não ter percebido, é mesmo o PPD e o CDS. Depois de terem conduzido os portugueses a dificuldades extra, ‘para além da própria troika’, como se de um ajuste de contas se tratasse, tiveram como resultado um pais mais pobre, um aumento crescente das desigualdades e uma emigração, sem precedentes, dos mais qualificados. Falharam! Mesmo depois de comprovado estes erros claro, de orientação politica e de governação, mantêm um registo de negação, de descredito, de defesa das dificuldades, apontando responsabilidades ao governo anterior, parecendo mesmo que ainda não acreditam que já deixaram de ser governo. É evidente que cometeram erros graves, foram longe demais, mas pior do que isso, insistem em não assumir as suas responsabilidades, desbaratando esse potencial de aprendizagem, enquanto contributo para o seu novo papel, de oposição, na politica portuguesa...
Tal facto, foi mais uma vez verificado, pelas posições desastrosas das lideranças do PSD e do CDS, no contexto da recente situação de (não) aplicação de sanções a Portugal, decorrentes dos compromissos assumidos com a União Europeia. Insistiram mesmo na mensagem de que as penalizações sobre um eventual incumprimento do défice, resultado da sua governação no ano de 2015, tinham como causa as orientações promovidas pelo novo governo, em 2016. Anedótico! A Europa deu sinais de começar a perceber. A braços com a questão dos refugiados, confrontada com um Brexit aparentemente desastroso, num contexto de negação da própria realidade. Ao não aplicar sanções a Portugal, reconhece o esforço efetuado, dá sinais de inversão de percurso, devolvendo a perspectiva de uma sensibilidade crítica e capacidade de aprendizagem (com os erros), abrindo uma janela de esperança, no reforço das bases do projeto Europeu, no sentido da paz e coesão social, enquanto pilares da sua própria existência.
É neste contexto, decorrente do difícil enquadramento nacional e internacional, que o Governo dos Açores, se tem mostrado como uma referencia positiva, e de esperança de governação. Tudo fez para atenuar os impactos da crise, implementou medidas de combate ao desemprego e às desigualdades.
Com uma divida insignificante, no contexto nacional e sobretudo quando comparada com a da Região Autonoma da Madeira. Tem apresentado números expressivos de aumento de empregos criados, bem como na diminuição da taxa de desemprego. Assumindo de frente as suas responsabilidade, por vezes até criticado por atingir estes objectivo sobretudo com politicas publicas, como se isso não fosse exatamente a sua função e mesmo obrigação. Com a humildade de aprender com os seus erros, e sobretudo com a capacidade de aprender com erros de outros, adaptando metodologias à nossa própria realidade, com resultados evidentes do decorrentes das politicas implementadas. É bom relembrar. Em sociedade não existem vitórias fáceis, nem direitos adquiridos para sempre. As conquistas materiais e mesmo imateriais fazem-se todos os dias. Por vezes com esforço, com muito esforço, com a capacidade crítica de refletir e, sobretudo, de aprender … também com os erros.