Aproveitando a recente visita aos Açores do ex-primeiro ministro Passos Coelho, e tendo como pano de fundo os últimos indicadores sobre a atividade turística na Região – 2016 será o ano de todos os recordes nesta atividade -, o deputado Duarte Freitas aprofundou a sua tese de que o nosso Arquipélago conta atualmente com voos low-cost porque ele próprio convenceu o PM Passos Coelho para o mérito dessa medida, apesar da oposição do PS. Perante a indiferença dos agentes do setor à sua teoria, Duarte Freitas acusa os socialistas açorianos de estarem a querer “ficar com os louros das low-cost”. Só mesmo alguém muito mal informado pode acreditar no logro que o PSD-Açores está a apregoar. Freitas está desesperado e por isso tenta reescrever a história. Vejamos três aspetos mais do que comprovados que o PSD omite por ser impossível rebater. Em primeiro lugar é indesmentível que foi o Governo Regional do PS que tomou a iniciativa, em 2011, de propor uma alteração ao modelo de acessibilidades aéreas à nossa Região. O processo negocial esteve parado três anos por culpa do Governo presidido por Passos Coelho. Em segundo lugar convém referir que o PS-Açores nunca foi contra as Low-cost. O que o PS sempre defendeu foi a salvaguarda de um regime de ligações que fosse justo e equilibrado para todas as ilhas e todos os residentes dos Açores, tendo defendido sempre a necessidade de uma “redução substancial das tarifas aéreas para todos os açorianos”. E em terceiro lugar há um aspeto muito curioso sobre ligações aéreas que o PSD nunca refere e que envolve diretamente a suposta influência de Duarte Freitas. Foi ele próprio que anunciou, no Verão de 2015, que “a breve trecho” iria iniciar-se a operação de voos “low-cost para a Ilha Terceira graças à sua interferência. Nada se concretizou. Duarte Freitas tem o seu sucesso político seriamente comprometido. Talvez seja isso que explique o desespero com que tenta colar-se aos sucessos alheios. Mas uma coisa é certa, no que toca às ligações low-cost para os Açores Freitas devia ser muito humilde e comedido quanto à sua influência e aos seus “louros”. Não só lhe ficaria bem como corresponderia à verdade.