Opinião

Assinatura nos manifestos eleitorais

O compromisso de uma assinatura nos manifestos eleitorais decorre da importância que nos processos democráticos se atribuem a estes e cuja saudação apela ao emocional – geralmente caro amigo – e um cumprimento final amistoso com a assinatura do candidato. As sociedades que hoje já atingem graus de escrutínio interessantes, mas não suficientes, tendem, ainda, a descurar a avaliação do grau de cumprimento dos programas eleitorais. Este mês assinalam-se 3 anos da tomada de posse do Dr. José Bolieiro na câmara de Ponta Delgada. Estando a 75% do mandato cumprido, no último ano, e já com orçamento camarário para 2017 apresentado, constata-se que dos compromissos, sob os lemas “da nova forma de fazer política”, apenas e só 36% foi cumprido, e“ da cooperação com a oposição”, 0% aceitação das propostas apresentadas em diferentes domínios. É sabido que na cultura portuguesa o fator “pessoa”, no poder local, é influenciador, mas nunca deve ser dissociado da sua capacidade ou incapacidade para gerir uma organização, neste caso a maior autarquia dos Açores, cumprindo desde logo o programa sufrago nas urnas. Esta gestão não responde à modernização e inovação do concelho. Um exemplo. Para o ano de 2017, a proposta de orçamento camarário comporta “extraordinariamente” 7M€ - taxas de passagens da EDA anos de 2016 e 2017 e verbas de fundos comunitários. Que inovação e modernização irão orientar a distribuição destas verbas? A resposta é, por exemplo: projetos na gaveta de 2005, requalificação da segunda rua de Santa Clara, e de2007, requalificação do Parque de Estacionamento de São Francisco Xavier. A que se junta uma visão fechada do concelho onde se propõem intervenções em áreas que Ponta Delgada já deveria ter resolvido. É o caso da requalificação da Casa Mouzinho da Silveira que em vez de catapultar a criação artística, com uma incubadora de indústrias criativas, potenciando a empregabilidade em setores emergentes, aproveitando assim a dinâmica dos privados na zona, a opção é para um Centro de Integração Activa e Comunitária. Ainda a este propósito não se cumpre a promessa da casa Antero Quental. A questão não se coloca ao nível da importância destas opções, mas sim, sendo de calendário presente com opções do passado, duvidando como foram aplicados os anteriores orçamentos camarários, que o Dr. Bolieiro é responsável desde 2009? Pela transparência fica desde já lançado o desafio de que seja publicado no sítio da autarquia o prestar contas aos cidadãos, honrando o Dr. Bolieiro a sua assinatura no manifesto eleitoral de 2013.