Desapaixonadamente e sem bairrismos, votamos a favor da proposta de resolução do CDS/PP apelando à intervenção do governo face à intenção da TAP em encerrar a sua loja em Angra do Heroísmo. Votamos a favor, como votaremos em iniciativas que proponham manutenção ou melhoria de serviços de proximidade seja em que ilha for. Desta intenção vale a pena rever algumas estratégias da TAP no passado acerca de aberturas e fechos de lojas de atendimento e vendas. Quem não se lembra da grande loja da TAP na Praça do Marquês de Pombal em Lisboa que fechou creio que na segunda metade da década de 90, ou da loja da TAP na Avenida Infante D. Henrique em Ponta Delgada, encerrada creio que no início deste século assim como a suspensão simultânea da rota da TAP para S. Miguel? Que se saiba, a TAP era uma empresa de capitais públicos e o que se disse na altura foi que imperavam regras de mercado e redução de custos. O mercado reajustou-se como é suposto. São ciclos, dizem os entendidos. Entretanto na Região Autónoma dos Açores ganham-se garantias de serviço público para os transportes, nomeadamente o aéreo e com a liberalização o mercado volta e continua a reajustar-se. Pelas mesmas razões a TAP volta a voar para S. Miguel e a abrir um balcão no aeroporto João Paulo II em Ponta Delgada, que com ou sem representante da companhia vai fazer precisamente o que faz qualquer balcão de um aeroporto. Engane-se quem pensar que o representante da TAP existe para defesa dos açorianos. A sua missão é defender os interesses da companhia. Na era da internet serão cada vez menos os que não conseguem desmaterializar por esta via a aquisição de bens e serviços de e em qualquer ponto da RAA e do mundo; no entanto a presença de serviços de proximidade é sempre uma mais-valia para o cidadão. Porque as estratégias economicistas das companhias imperam quase sempre, entendo por isso o que os açorianos precisam é mais e melhores acessibilidades, quer com mais rotas quer com mais aviões a circularem nos nossos aeroportos. É esta a forte aposta política do Governo e a que defende também o Grupo Parlamentar do PS na ALRA. A propósito desta minha opinião e entendendo também esta insularidade que nos envolve e nos motiva para um salto para o mundo e deste para os Açores, cito palavras do escritor e poeta Álamo de Oliveira, açoriano e terceirense que admiro, quando afirmou em tempos e sempre a propósito:” amo o avião sobretudo e os Açores sobre todas as coisas”. Sobre isto, também voto a favor!