A Região Autónoma dos Açores, tem particularidades geográficas e sociais que, embora genuínas não são excecionais. Não somos a única região arquipelágica, nem somos a única com Governo autónomo próprio; o que não quer dizer que nos comparemos, seja em conteúdos, seja em desenvolvimento, seja em qualquer outra matéria particular das nossas raízes históricas ou culturais.
Os Açores, sob o regime autonómico adquire um desenvolvimento e qualidade de vida crescente, influenciada pelas políticas locais implementadas, embora também sofresse porque inevitável, com as crises nacionais e internacionais que levaram a intervenções diretas e indiretas no seu tecido empresarial com impacto social, mesmo minimizados por políticas de apoio excecionais decretadas pelo governo do Partido Socialista.
As privatizações feitas à pressa pelo Governo de Passos Coelho, são as que por exemplo, no caso da EDP dão lucros astronómicos, com 30 milhões de euros de dividendos sóeste ano para os acionistas chineses; e a privatização da ANA aeroportos agora VINCI que em 2016 movimentou 44.474 milhões de passageiros só em Portugal e destes 1.891.000 nos “seus” aeroportos dos Açores, concessionados até 2063,que se sabe até discrimina a companhia regional no uso dos seus(nossos) aeroportos, a quem cobra bem todos os serviços prestados.
Na Região Autónoma dos Açores a particularidade de a VINCI possuir alguns destes aeroportos, porque o eram da ANA,o governo do PPD/CDS-PP que os privatizou, não salvaguardou nem condicionou como garantia de futuro o aumento do aeroporto da Horta.
Mas os Faialenses acham que o aumento da pista é uma exigência para o desenvolvimento económico desta ilha; e pela voz daqueles que agora se assumem como oposição para as eleições autárquicas, acham que deve ser a Região a financiar este aumento.
Foi-lhes dito que não, que deve ser exigido a quem tem esta responsabilidade, que é a VINCI; quer se trate de melhoria da segurança quer dos padrões de operacionalidade da mesma.
Os números apontados e os lucros que daí advêm e vão certamente advir de uma concessão tão longa devem ou não nos convencer disso? É óbvio que sim, menos para quem no passado recente deu “o ouro……………..”.
Estaríamos conversados se as argumentações usadas pelo PSD local, nomeadamente pelos deputados deste partido na ALRA, emitidas na comunicação social regional e local não fossem perigos a mente bairristas e por esta via anti autonómicas, naquilo que se entendeu dizerem como se os investimentos efetuados noutras ilhas, nomeadamente em S. Miguel, caso das SCUT e da Casa da Autonomia, o fossem à custa dos impostos dos faialenses roubando-lhes oportunidades de desenvolvimento ou outras coisas.
Nada mais perigoso do que este discurso porque isto não é fazer política séria nem partidária, isto é, no meu entender, uma política divisionista, porque incita à não solidariedade e coesão regional.
Que melhor exemplo de coesão do que a presença da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores na cidade da Horta, assim como outros serviços regionais e todo o investimento em estruturas e serviços existentes.
Qual o problema para estes deputados, que em S. Miguel, nomeadamente em Ponta Delgada se invista na conservação e dignificação do Palácio da Conceição, edifício histórico regional, primeira sede do Governo Regional Autónomo dos Açores, anteriormente sede de outros órgãos de governação dependente do Terreiro do Paço e aí se instale um núcleo museológico a que se chame Casa da Autonomia.
Estaremos com isto a roubar protagonismo ou simbolismo ao Parlamento? Sinceramente não.
Com este discurso ou esta retórica, não se ganham protagonismos, fomentam-se inevitavelmente antagonismos, o que em política potencializa o uso de armas de arremesso.
Não é esta forma de fazer política que devemos defender para os Açores, nem para o reforço da nossa Autonomia e coesão social.