A Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, associou-se ao luto nacional decretado. É o luto de todos nós pelas vítimas desta catástrofe que ainda não acabou de ceifar vidas entre vítimas e salvadores.
As catástrofes naturais não sendo evitáveis, são-no por vezes minimizadas no impacto das forças da natureza sobre as populações. Os incêndios têm sido o paradigma do sobressalto e da desgraça que se abate todos os anos sobre os portugueses, principalmente aqueles que dos campos e da floresta tiram os seus proventos e depositam todas as suas razões de sobrevivência e de futuro.
São os bens materiais destruídos em breves instantes de fúria da natureza, mas mais grave e doloroso, são as vidas humanas perdidas, as famílias destroçadas, a dor que trespassa em todos nós com as circunstâncias em que se perdeu e se chora estas vidas do círculo familiar e da comunidade.
Se é certo que a vida continua e se tem que erguer das cinzas outra vontade de continuar a viver e lutar, também é certo que ano após ano esta calamidade nos assola e desta vez nos martiriza ainda mais dadas as circunstâncias e a dimensão da catástrofe.
Daí que é inevitável questionarmos o porquê, mesmo sabendo-se que as respostas serão múltiplas e variadas e que estas catástrofes até aconteceram no Canadá, na Austrália e nos Estados Unidos da América; mas, nada nos deve demover de voltar a questionar se algo poderia ter sido evitado. Há sempre o homem e as suas fragilidades na base dos erros e omissões e só depois disso o inevitável.
Aprender com os erros não é aceitável com a dimensão desta catástrofe. Evitar outras é a tarefa dos que cá ficaram, presenciaram e sentiram este drama humano e esta calamidade económica nestas populações atingidas.
O luto é por isso de todos nós, porque é de pessoas que falamos e sabemos por experiência ilhéu que quando se abate sobre nós a força da natureza, outras forças devem emergir nesta luta quase sempre desigual que só pode ser compensada pela união e solidariedade.