Foi um fim-de-semana intenso. Discursos e exuberância. Vamos aos discursos: Marcelo Rebelo de Sousa valorizou o consenso político e estratégico, e o recado não foi só para a geringonça, teve um sabor empresarial não tivesse o próprio encerrado o Fórum Económico e Social, com importantes reflexões, entre as quais: “nos Açores, o futuro comum levou a que se ultrapassassem divergências entre empresários e trabalhadores, abrindo e diversificando a economia” - acrescentaria que nem todas estão ultrapassadas - , e posição a favor do compromisso europeu e da coesão em Portugal: a redução de fundos para Portugal é também uma redução para os Açores.
Um puxão de orelhas a quem entende que, eventuais, entendimentos partidários sobrepõe compromissos dos ideais europeus.
Marcelo Rebelo de Sousa, afirma-se pelos consensos políticos. No último 10 de junho antes do último orçamento de Estado da geringonça, a sua posição foi clara. E é para todos: “Preferimos a paciência dos acordos, mesmo se difíceis, à volúpia das roturas, mesmo se tentadoras”.
Vasco Cordeiro, nas comemorações do dia de Portugal, fez um dos seus melhores discursos. Um discurso de uns Açores como expoente do país na sua diferença e pela coesão de 9 ilhas. Afirmou a diferença dos Açores, num Portugal que também se quer diferente, para os desafios do futuro.
E o desafio do futuro, entre tantos, é a ante proposta de lei apresentada pelo Governo na Assembleia dos Açores sobre a lei de bases da gestão do mar.
Esta ante proposta de lei, a ser aprovada no Parlamento Açoriano, verá, espero, na Assembleia da República, a sua concretização, e na, decisiva, promulgação da consequente alteração à lei de bases da gestão do mar por parte do Presidente da República uma prova que a exuberância do centralismo em Ponta Delgada foi isso mesmo, apenas exuberância.