De forma larvar, absolutamente minoritária mas atrevida... os populismos andam por aí. Primários, preconceituosos e agressivos. Em lugares desqualificados, ainda que muito frequentados:nas manhãs dos media, nos "filósofos" do futebol e na berraria das "redes".
Apelando sempre ao preconceito, àquilo que toda a "gente sabe", mas que as estatísticas e a evidência científica desmentem ou contradizem categoricamente. Defendendo o fim do rendimento mínimo, o incremento da segurança das "famílias" e a prisão perpétua. E apelando a levantamentos contra todos os corruptos.
Mesmo que as estatísticas demonstrem, como é o caso nos Açores, que a maior parte dos beneficiários trabalha; que Portugal é considerado, por indicadores internacionais insuspeitos, o quarto país mais seguro do mundo e o populismo judiciário da "severidade" das penas seja sempre um ineficaz e contraproducente retrocesso civilizacional.
E sendo ainda uma constante comprovada que todos aqueles que fazem da honestidade, não um pressuposto de carácter exigível a todos os cidadãos, mas um programa político de per si, mal escondem uma deriva autoritária de fim das liberdades e monopólio de privilégios, sendo os primeiros a violar a ética, as leis e o escrutínio das suas malfeitorias, que só as democracias permitem ver e eficazmente combater.
Vem isto a propósito de um Ventura, que quer um novo partido com o nome de ... chega. Em nome da ética, já se sabe. Foi notícia que tal bando andou a recolher assinaturas para fundar a coisa. O TC entretanto descobriu que falsificaram assinaturas, puseram menores a assinar o outras irregularidades!
Antes a tolerância firme do Estado de Direito, que permite aos arguidos atrevimentos como mentir e até ter claque! E aos corpos debilitados, cuidado com as infeções...