Opinião

Ribeira/Rio

Primeiro foi uma espécie de ressurreição. O PSD/A anunciou que o seu candidato às europeias seria Mota Amaral. Depois, veio a dúvida: eram muitos os voluntários e minguava o tamanho da messe. Finalmente, a confirmação: o PSD/A não tinha direito a lugar elegível. E mais disse o PSD continental: o PSD/A sabia disso há meses. Assim sendo, e quebrando a tradição e praxes comummente aceites, o PSD não terá um deputado dos Açores ao Parlamento europeu no mandato 2019/2024. E isto apesar do nome indicado - percebe-se agora que já em estado de necessidade - ser o duma personalidade com largo, consistente e fundado percurso político, a nível regional e nacional. E tal facto é uma perda para os Açores e para a nossa plural representação e defesa nas instâncias da União. Os mais distraídos ficam também a saber agora que Rio desconhece, ignora e despreza as Autonomias. A respeito de centralismos, ficamos avisados, vacinados... e prejudicados. E da necessidade de se criarem círculos eleitorais das regiões autónomas ao Parlamento Europeu também. Mas o PSD/A não pode sair incólume desta novela mexicana, berrando queixinhas contra o Rio centralista. Porque em política a vitimização é sempre sinónimo de impotência, e dos fracos não reza a História! De resto, a história recente do PSD/A indicia abundantemente uma relação ambivalente, pouco saudável, e até com laivos de oportunismo esperto entre a atual elite dirigente (que Rio, por atos, menospreza) e o fundador do PSD/Açores. E para todos é claro que se Mota Amaral foi vítima do líder (do) Rio (Douro), não o foi menos do líder da Ribeira... Grande. Os Açorianos poderão, contudo e sempre, usando a arma do voto e com cívica maturidade, contribuir para eleger o nosso representante ao Parlamento Europeu: André Bradford.