“Exmo. Senhor
Responsável pelo partido aí nas ilhas
Acuso a boa receção da carta que V. Exa. gentilmente, ainda que de forma extemporânea, me endereçou.
Como devia ser do seu conhecimento, o PSD, do qual sou Presidente, ainda que sem o apoio da maioria dos companheiros dos Açores e desconhecendo a posição então assumida por V. Exa, definiu que a representação das regiões autónomas no Parlamento Europeu seria feita de forma alternada, tendo em conta, entre outros argumentos, que o número de votos no PSD nas europeias de 2014 aí nas ilhas foi inferior aos moradores de um dos bairros que mandei demolir no Porto.
V. Exa. também sabia, há meses, que tinha reservado o 8.º lugar para o(a) representante dessa região.
V. Exa., munido da informação acima referida, decidiu avançar com o nome do Dr. Mota Amaral, orquestrando uma estratégia aprovada por unanimidade aí nos V/ órgãos das ilhas.
V. Exa., apesar de ser jovem, devia saber que comigo as coisas não funcionam através de expedientes básicos e que só infantilizam e descredibilizam a vida política.
V. Exa. devia saber que o lugar que ofereci aos Açores era inegociável, ou seja, que nenhuma carta registada o poderia alterar.
V. Exa. devia também saber que é muito feio usar o nome, o prestígio, a história e a proximidade de alguém a outrem para se conseguir mudar as regras previamente definidas.
V. Exa., em vez de ter enviado uma carta registada, bem que podia ter aproveitado o congresso regional do PSD açores, o qual se realizou estando V. Exa. na posse da informação acima referida, para - com frontalidade e de viva voz - dizer a todos os presentes que em 2024 o PSD açores teria direito ao 6.° lugar e que a subida de dois lugares seria o reconhecimento do partido nacional pelo trabalho entretanto desenvolvido pelas ilhas.
V. Exa., mesmo considerando que já não vai a tempo, aceite um último conselho: um líder assume-se... e isso não se faz por carta registada!
Cordiais cumprimentos,
O Presidente
nota: qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência.