Foi proposto pelo PSD que nos apoios financeiros à Marca Açores, o género fosse um critério. Nada mais errado e considero ser uma afronta às mulheres que lutam pela igualdade de género e uma clara instrumentalização do tema da igualdade de género.
O que a proposta não referia era aqueles que são os apoios para a formação às equipas e desportistas, que são apoiadas e majoradas com critérios de discriminação positiva para o género feminino, quer ao nível do apoio financeiro e do acesso às infraestruturas - pelo reduzido número de atletas femininas nas diferentes modalidades desportivas.
Os apoios atribuídos através da Marca Açores às equipas desportivas profissionais, estão relacionados com a projeção da Marca Açores, dito de outra forma, que esta esteja visível ao maior número de pessoas num determinado momento. E é sobre esta premissa que os apoios da Marca Açores ("marca comercial") devem ser atribuídos e nunca associados à igualdade de género.
Curiosamente, e bem, nas autarquias de Ribeira Grande e Ponta Delgada apoios semelhantes acontecem sem o critério de género. Se há que melhorar os critérios existentes pois que sejam melhorados, mas nunca pelo fator do género. Não acredito que haja uma única mulher desportista que queira ser majorada financeiramente quando o número de espetadores poderá ser inferior ao do homem desportista. Mas o contrário, quando acontecer, deve ser revisto o apoio.
Trazer ao debate, relativo ao apoio financeiro da Marca Açores às entidades profissionais desportivas, o tema da igualdade de género, é uma lamentável manipulação que só é possível num partido que tem dificuldade em enquadrar a igualdade de género nos temas sem se aproveitar do populismo que a situação proporcionaria.
A realidade da relação entre igualdade de género e PSD fala por si: na presente legislatura tem 21% de deputadas - abaixo do estipulado na lei da paridade (33%) - e a direção partidária tem 5 homens vice-presidentes.