O Centro de Interpretação Ambiental da Caldeira Velha faturou, no ano de 2018, 1.000.000€.
Este dado foi conhecido na passada sexta-feira, em sede de comissão parlamentar, aquando da audição da Dra. Andreia Porteiro, indigitada para o cargo de presidente do conselho de administração da Azorina. Audição esta, obrigatória, desde a proposta do PS, em 2014, para a criação do Estatuto do Gestor Público Regional.
O Governo Regional chamou a si a gestão deste Centro Ambiental em janeiro de 2018, seis anos após a gestão camarária ribeiragrandense.
Cobrou-se e investiu-se: desde 2018, remodelou-se e valorizou-se aquele que é um património natural com acesso a água férrea quente e de educação ambiental. Construiu-se um parque de estacionamento e desde abril desse ano, os residentes não pagam o acesso aos Centros de Interpretativos, integrados nos nove Parques naturais, que se assumem como uma importante estrutura, com enquadramento legislativo próprio, o que dignifica e valoriza a existente política ambiental.
Numa visita simples se percebe que os turistas e residentes nem sempre dão utilidade ao investimento no parque de estacionamento. São comportamentos culturais a mudar. As condições existem, há que utilizá-las.
Cobrou-se e não se investiu: durante 6 anos a Caldeira Velha esteve sob a gestão da Câmara Municipal da Ribeira Grande, com um exponencial aumento turístico desde 2014, gerando, dessa forma, um brutal aumento de receitas. Quem visitou este espaço atestou, certamente, a ausência de intervenção de manutenção, ou qualquer tentativa de valorização. Quanto faturou a Câmara Municipal de 2014 a 2017 ? Porquê uma opção política de desinvestimento?
Este é um caso onde a descentralização de gestão para o poder local não beneficiou os cidadãos, onde desconhece-se a aplicação das receitas, criando um "saco de recebimentos" sem correspondente investimento no monumento natural e na melhoria das condições para os utilizadores, como exigido pelo contrato inicial de concessão.