O PS ganhou de forma categórica e inequívoca as eleições nacionais. Lá e cá. Os resultados permitirão governabilidade e estabilidade, a não ser que a esquerda desaprenda o que enformou a última Legislatura.
Três novos partidos alcançaram representação parlamentar. A extrema-direita, à boleia do telelixo, entrou em S. Bento. Tal reclama atenção e combate, numa altura em que crescem fenómenos de ataque ao pluralismo, à liberdade e à coesão social, e crescem as chamadas democracias iliberais, mesmo na União Europeia.
O automatismo da residência dos cartões de cidadão ser transposta para os cadernos eleitorais reconfirma o empolamento dos mesmos e é responsável por uma abstenção técnica significativa. Nada de novo.
Mas os números da abstenção real têm vindo a aumentar e reclamam oposição. Sem pôr em causa o princípio da liberdade de voto - até porque o voto obrigatório só mascararia o "sintoma" --, podem e devem ser adotadas medidas, desde logo ao nível das leis eleitorais, no sentido de facilitar o voto em mobilidade e de se permitir o voto eletrónico, com as necessárias cautelas de pessoalidade e independência. Sem pôr em causa, em arroubos populistas e inconstitucionais, o sistema proporcional e a facilitação da pluralidade parlamentar. No caso dos Açores, os círculos de ilha são uma trave-mestra do sistema, que facilitou e consolidou a legitimidade e reconhecimento da própria Autonomia.
Mas, para além do que as leis promovem ou possibilitam, há mais coisas no céu e na Terra...
Pela educação e pela memória, é preciso ensinar e lembrar as virtudes das liberdades, dos direitos e da justiça social. Que as conquistas não só, por si só, eternas nem irreversíveis; e que a Paz e o Bem-Estar, na sua rotina e monotonia, são bens inestimáveis. E não, não é tarefa para "eles": é obrigação de nós todos!