O PSD Açores vai ter eleições diretas para a sua liderança nos próximos dias, e congresso regional em janeiro. Apesar dos ameaços, consta que há um único candidato à liderança: José Manuel Bolieiro.
Gogglámos a sua moção de estratégia. Que começa por se espraiar, num estilo peculiar e mais ou menos intimista, sobre as lideranças políticas, os valores da ética, da confiança e da soberania popular; professa-se os valores da Democracia, da Autonomia Política, da Solidariedade Social e da Economia de Mercado, bem como da Identidade Cultural dos Ilhéus; reclama-se fiel à História e à Autonomia; quer “recuperar a confiança”, “ser para fazer… melhor e maior”; prega-se as virtudes do diálogo social e a esperança profética, num “tempo novo”… Quer dizer: descontando o messianismo vagamente encoberto do discurso, tudo coisas razoáveis, decentes e consensuais, que qualquer neto pode dizer à avó, sem temor de castigo ou tabefe.
Mas, e projetos para o futuro? Medidas concretas? Reformas? Há, sim senhor. A saber, três: incremento da cooperação entre os Poderes Regional e Local, através da revisão da velha lei regional de cooperação técnico-financeira entre os dois Poderes; passar a gestão do Serviço Regional de Estatística (SREA) para o… Conselho Económico e Social (CES) dos Açores e triplicar os apoios regionais aos jornais e rádios dos Açores, sob atribuição do Parlamento, e partilhar, entre a Região e a República, o reforço de meios para a RTP-Açores e agência Lusa. E pronto, já está. O autor bem avisa que “isto” não é um programa de governo!
Acha pouco, caro leitor? Habitue-se. Como bem salientaram os media, é mesmo só isto. Também me parece poucochinho, e que o futuro líder do psd-a foi meio avaro das meninges. Ainda assim, acerca das suas três propostas, muito há a dizer sob o aspeto político, autonómico e jus-constitucional! Para a próxima…