Depois de mais um Congresso do PSD-A e de novo líder, atentemos nalguns sinais. Bolieiro diagnosticou constrangimentos nas áreas sociais, que esses setores sempre conhecem, sobretudo numa Região arquipelágica, com deseconomias óbvias e que chegou tarde (e devagarinho...) ao Estado Social.
Mas Bolieiro esqueceu-se de fazer o diagnóstico dessas áreas nos Açores em duas datas esclarecedoras: 1976 e 1996! Para lembrar a evolução conseguida nos primeiros vinte anos e o que temos agora: é abissal a diferença, e o novo patamar, ao nível das infraestruturas, de equipamentos, de recursos humanos, de valências sociais e de prestação efetiva de serviços de educação, de saúde, de Habitação Social... Mas é sempre consolador o reconhecimento mudo de um paradigma que foi implementado, que implicitamente se aceita e que se ambiciona gerir com mais uns jeitinhos!
Defender uma "Autonomia de responsabilização" é só mais um nome. Felizmente, Autonomia séria não tem ouvidos... A preocupação com os serviços da República na Região, como a Universidade ou a RTP, é óbvia e as suas deficiências só têm a virtude de nos lembrar a eficiência da Autonomia! Mas entendamo-nos: a República tem de fazer aqui o que lhe compete, tendo em conta a nossa realidade, conforme consta da 3ª revisão do EPARAA. A colaboração da Região, neste âmbito, deve ser sempre seletiva, estratégica e residual...
E mesmo que se queira enterrar o trauma da autonomia progressiva, não pode a ingenuidade propor a corresponsabilização financeira da Região em áreas que incumbem à República! No caso da transferência de tutela da Universidade dos Açores para Lisboa, lembre-se que governo autónomo e progressivo de então foi, no mínimo, cúmplice silencioso...
Porque é com dinheirinho que se faz o Estado Social, por cuja melhoria se lacrimeja; o tal dinheirinho que afinal está melhor no bolso dos privados...