A Universidade dos Açores, desde a década de noventa do século XX, e por acordo dos Governos Cavaco/Amaral, passou para a órbita da República.
Mas compete a Lisboa tutelá-la de forma efetiva; e tendo em conta que a nossa realidade arquipelágica, além de ratio constitucional da Autonomia, vincula todos os órgãos de poder. Isso mesmo foi clarificado na 3ª revisão do EPARAA, no seu artº 132º nº 1: “A Administração do Estado na Região é organizada de forma a combater as consequências negativas da insularidade e ultraperiferia do arquipélago e tem em conta as especificidades regionais” – acrescentando o seu nº 2: “O Estado assegura uma distribuição equilibrada dos seus serviços entre as diversas ilhas”. A explicitação desse princípio foi também decisão unânime, surgida durante os trabalhos da respetiva Comissão, e não foi comprada ao “escritório de advogados” que já então assessorava o nosso Parlamento…
Isto a propósito da famigerada tripolaridade da nossa Universidade, cujo custo é uma obrigação da República, apesar das anti-autonómicas vozes que vão sussurrando que a “sede” é com a República, e os “exóticos” Pólos um luxo para a autonomia sustentar… Foi com surpresa que ouvi um arroubo dessa teoria no discurso com que Bolieiro encerrou o seu congresso. Mas deve ter sido equívoco, porque Bolieiro, como co-artífice e membro influente da Comissão de revisão do Estatuto, partilha, estou certo, da boa doutrina.
E aos critérios gerais e iguais de financiamento, há que juntar os custos da tripolaridade e da remuneração complementar devida aos seus trabalhadores!
Ao chamar a Santana o respetivo Ministro, para sentá-lo com o respetivo Reitor, Vasco Cordeiro demonstrou mais uma vez rapidez na ação, firmeza na decisão e influência política real. Que é o muito decisivo que nos compete ter nesta matéria…