Opinião

In memoriam

Na semana passada, faleceu uma das mais qualificadas adversárias políticas que conheci. A Zuraida Soares. Reformada há um ano, nunca recebeu o que tinha direito. Mais um caso deplorável do Estado. Convicta, culta, elegeu como pináculo a defesa de causas sociais. A Zuraida tinha formação filosófica, usava os silogismos com maestria. Tive boas conversas com ela, na discordância e nas concordâncias. Recordo a sua busca da justiça social. Não precisou invocar, amiúde, virtudes de humildade, de diálogo, de caráter e bonomia. Era genuína, sem hipocrisias ou falas mansas. Imprimiu à sua liderança a sua autenticidade sem a duplicidade de posições contrastantes do seu partido. Foi coerente. Como governante e como deputado, debatemos inúmeras vezes. Porém, sempre anuímos com as linhas vermelhas imprescindíveis na atividade política. Combateu ideias com ardor e relegou para a indiferença o trivial. Dignificou a sua atividade política. A Zuraida Soares fica na história política da Autonomia como uma MULHER com maiúsculas. O meu preito in memoriam.