Vivemos dias de alguma incerteza e de alguma angústia. É impossível negar esta condição que é fruto da situação pandémica que atravessamos. Tivemos todos de nos adaptar muito rápido a uma nova forma de estar nas nossas vidas.
É a realidade e o consequente Estado de Emergência que nos obriga a que assim seja. E bem sabemos que é uma forma de estar indispensável para que, no mais curto espaço de tempo, esta situação seja ultrapassada, com o menor impacto possível, como é desejado por todos nós.
Muitas mudanças, que exigiram muitas medidas governamentais adequadas e urgentes, aquelas que têm sido tomadas em tempo útil, na nossa Região.
Cá, se por um lado, foram tomadas decisões para que se contenha a propagação do vírus o melhor possível, por outro lado, criam-se mecanismos económicos, financeiros e sociais para que o impacto dessas medidas nas famílias e nas empresas seja inferior ao esperado.
Vivemos uma relação de entendimentos contraditórios entre a necessidade de cuidar da saúde das pessoas e a necessidade de preservar o funcionamento das economias, num primado de conceitos da economia financeira, quando afinal a economia é sobretudo ciência humana que deverá servir sempre a vida e as aspirações das pessoas.
Neste nosso tempo é preciso investir na proteção da saúde. Ao nível económico, é crucial manter empregos, apoiar o rendimento das famílias, apoiar o rendimento das empresas, e assim se está procedendo também… Porque, a economia trata de pessoas e por isso é que é fundamental, que agora se trate das pessoas.
O foco é esse. É isso que importa agora. Tratarmos de nós, dos nossos e daqueles que dependem de nós.
Aproveito, para mandar uma mensagem de reconhecimento e de confiança a todos os profissionais de saúde e a todos os responsáveis técnicos e políticos do nosso Serviço Regional de Saúde que diariamente trabalham para que estejamos todos o mais seguros possível.
E termino da mesma forma que terminei há duas semanas: o tempo é de nos unirmos, cada um com a sua consciência, cada um com as suas ações, para travarmos esta pandemia, para o bem de todos nós e das nossas famílias. É tempo de respeitarmos, de cumprirmos e de sensibilizarmos os outros a fazer exatamente a mesma coisa. E acrescento: o tempo, é de juntos acreditarmos.
(Cronica escrita para Radio)