Opinião

OBRIGADO, “ZÉ”! OBRIGADO, “MARIA”!

O “Zé” não é apenas um homem. A “Maria” também não é apenas uma mulher. O “Zé” e a “Maria” representam os milhares de portugueses e portuguesas que, em tempos de pandemia e, consequentemente, de confinamento e isolamento social para milhões de portugueses, estão, diariamente, a dar o seu melhor para que os tais milhões possam continuar em casa. O “Zé” e a “Maria” são profissionais de saúde: São médicos. São enfermeiros. São Técnicos Superiores de Saúde. São Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica. São Assistentes Técnicos. São Assistentes Operacionais. São dirigentes hospitalares. São cada uma das carreiras e categorias que existem nas unidades de saúde que todos frequentamos. Mas o “Zé” e a “Maria” também são parte das forças de segurança. E dos Bombeiros e Proteção Civil. E colaboram nos serviços de água e saneamento dos 308 municípios do País. E na recolha de resíduos. E nas padarias. E nas frutarias. E nas superfícies comerciais que continuaram abertas. E nos restaurantes com serviço de take away e entregas ao domicílio. E nas estações de serviço. E... E… Abreviando, a verdade é que o “Zé” e a “Maria” estão por todo o lado. Mesmo que, por vezes, infelizmente, não os víssemos com os olhos de hoje. Mas eles sempre lá estiveram, estão, e continuarão a estar. Com um profissionalismo exemplar. Com uma dedicação extrema. Com um apurado sentido de missão. O “Zé” e a “Maria” trabalham em prol da comunidade. O “Zé” e a “Maria” não tiveram a opção do teletrabalho. O “Zé” e a “Maria” são, como costuma (erradamente!) referir-se, cidadãos anónimos. O “Zé” e a “Maria” têm família; têm filhos; têm responsabilidades; têm um lar e têm, no papel, os mesmos direitos e deveres que os demais concidadãos. Mas será que é mesmo assim? O covid-19, de uma forma que qualquer um de nós dispensava bem, uma vez que o mundo está confrontado com um vírus cuja taxa de letalidade é preocupante e que ainda não se vislumbra antídoto eficaz, veio demonstrar que a realidade é muito diferente da teoria. Ainda que todos sejam importantes e necessários para o bom funcionamento da sociedade em que vivemos, a verdade é que num cenário de “guerra” como o que estamos a viver, o qual levou a que fosse decretado e mantido o estado de emergência pelo menos durante 45 dias, ganha outro tipo de importância quem está na chamada “primeira linha”. O “Zé” e a “Maria” estão na primeira linha. O “Zé” e a “Maria” são quem permite que continuemos a pensar, ainda que utopicamente, que vamos ficar todos bem. Não vamos, infelizmente! Mas a culpa não é do “Zé”, nem da “Maria”. O “Zé” e a “Maria” são os heróis deste filme de terror. Teria sido muito mais fácil ao “Zé” e à “Maria” terem emigrado. Para além do vencimento ser substancialmente diferente lá fora, até se arriscavam a um telefonema do Presidente Marcelo ou a entrar em direto no Programa da Cristina. Ao “Zé” e à “Maria”, o meu muito obrigado. Bem hajam!