Em situação excecional e de pandemia, tomou-se a decisão de confinar o máximo da população possível. Decisão inédita e brutal, para responder a uma ameaça não inédita, mas que felizmente, face à nossa sensibilidade e estádio de desenvolvimento, também tivemos por intolerável.
Tal obrigou a uma mobilização dos recursos públicos excecional ao nível da Administração Prestadora: Saúde, Forças de Segurança e proteção civil; mas também daqueles que, em tempo record, passaram a funcionar exclusivamente através de meios telemáticos.
Foi igualmente indispensável uma injeção colossal de recursos públicos nas empresas e nas famílias, para possibilitar a sua sobrevivência e retoma, garantindo assim o máximo de capacidade produtiva e emprego futuros.
Ultrapassado com sucesso este surto, há que retomar, com gradualismo e cautela, uma nova normalidade. E enfrentar as complexas opções e ritmos que tal implica, em avaliação permanente de cada novo estádio -- e agilidade de meios e vontade para ir constantemente readaptando, ainda que retrocedendo. Porque é mais difícil desquarentenar do que confinar!
Assim tem sido entre nós. Face à virtual inexistência de infetados pelo novo vírus, os passageiros com testes negativos, e enquanto os tiverem, já não ficam de quarentena profilática; as ligações da SATA Air Açores entre todas as ilhas da Região foram retomadas, “de forma progressiva e gradua”, tendo como data limite para a sua normalização 1 de julho.
Mas é claro que o ritmo de retoma, para além da situação objetiva da pandemia, não deixará de ser condicionado, sobretudo nalguns setores de atividade, pelo nível da procura, interna e externa, fator sempre aleatório num mundo globalizado.
O tempo é de retoma, com cautela. Mas é sobretudo de esperança!