As circunstâncias ditadas pela Covid-19 aconselharam que, este ano, as comemorações evocativas do Dia da Região Autónoma dos Açores decorressem num formato diferente, apesar de a nossa Região já se encontrar na fase de levantamento das restrições que tiveram de ser adotadas, ao longo dos últimos meses, para combater essa pandemia.
Apesar deste contexto, e numa decisão conjunta, o Governo e o Parlamento dos Açores consideraram que esta data, que celebra a “afirmação da identidade dos Açorianos, da sua filosofia de vida e da sua unidade regional”, não poderia, neste ano excecional, deixar de ser assinalada, ainda para mais num momento tão desafiante para todos nós, seja individual, seja coletivamente.
No Dia dos Açores, celebramos também o caminho que nos trouxe até aqui, como Povo e como Região, homenageando, também por esta via, todos aqueles que idealizaram e lutaram pela construção de uma Autonomia Regional que, ao longo de mais 40 anos, tem provado ser o melhor sistema político para cumprir a função de melhorar a vida dos Açorianos nas mais diversas áreas.
Mas, neste ano de 2020, por todos os desafios em que estamos envolvidos, permitam-me que coloque a tónica do Dia dos Açores no futuro. No fundo, que refira que todos nós Açorianos, de nascimento ou de coração, encontremos no dia de hoje o ânimo, a motivação e o estímulo suplementares para encararmos, com esperança e com confiança, os tempos que estão à nossa frente.
Olhemos para o nosso passado recente quando, nos próximos tempos, porventura necessitarmos de reforçar esse ânimo e essa confiança. Há poucos anos, vencemos, em conjunto, uma crise externa com efeitos sociais e económicos muito duros na nossa Região.
Nesses anos de chumbo, mesmo quando pareciam intermináveis, levantámos sempre a cabeça, reconstruímos o que os mercados financeiros destruíram, apoiámos quem se viu numa situação de fragilidade social e seguimos em frente, unidos como Povo, na definição e na implementação de soluções que nos reconduziram, nos últimos anos, a um caminho de progresso e desenvolvimento.
Esse caminho foi, subitamente, interrompido nos últimos meses, novamente por uma crise que veio de fora, desta vez, de características pandémicas, e que, novamente, vai exigir de todos nós a confiança e a coragem para que o reconstruamos de forma segura e consistente.
Nestes últimos meses, uma vez mais, os Açorianos deram bastas provas do que são capazes no combate, sem tréguas, que todos encetamos a esta pandemia e cujos resultados nos animam para conseguirmos fortalecer e reforçar tudo aquilo que ficou numa situação fragilizada nesta luta pela defesa e pela proteção da saúde de todos e de cada um.
Também por esta razão estou convicto que, no próximo ano, estaremos todos a festejar o Dia dos Açores e a Segunda-Feira do Espírito Santo em todas as freguesias da nossa Região ainda mais fortes, ainda mais unidos e ainda mais confiantes no nosso futuro coletivo.
Vivam os Açores!