Opinião

Quando falta palco

Hoje os Açorianos estão de parabéns. Chegamos aos zero casos ativos por Covid-19. Estão de parabéns porque foi graças ao empenho de cada um que se conseguiu debelar esta primeira fase de uma crise complexa que envolve saúde pública, mas também está a afetar a economia de modo difícil de contabilizar. Esta tormenta que nos afetou desde meados de março pode não ter acabado, mas hoje sabemos que estamos muito mais seguros e em condições de preparar o futuro. Chegou agora a hora de reerguer os Açores, conforme referiu Vasco Cordeiro no Dia da Região, e para alcançarmos esse desiderato, precisamos de pôr mãos à obra e não de dedos apontados. Mas, como em tudo na vida, há sempre uns que preferem o caminho mais fácil, ou seja, fazer parte do problema. Sabe-se que o palco político, apesar de muito apetecível, está deserto, tal como a plateia, porque o Povo Açoriano, neste tempo de crise, valoriza muito mais a ação e a liderança do que as ambições políticas, quer partidárias ou de indivíduos que correm por conta própria. Não havendo palco nem assistentes há que optar por outras estratégias, mesmo que por vezes rocem o ridículo, nomeadamente propor o que já está a ser feito ou ir um pouco mais além do que o já proposto, alimentando, ao mesmo tempo, uma legião de gestores de perfis falsos omnipresentes nas redes sociais que tudo fazem para branquear o vazio de ideias. É este contexto que podemos comparar a uma corrida, em que há uns que correm, outros que gostavam de correr, mas não saem do mesmo lugar e outros ainda que simplesmente assistem de bancada.