O Presidente Vasco Cordeiro fez, em dia de evocação do sentir Açores, um discurso marcante. Pela genuinidade. Pela lucidez da análise. Pela humildade na atribuição do mérito ao Povo Açoriano. Pela afetividade que ecoa das suas palavras e expressões. Pela esperança. Pelo futuro. E, acima de tudo, pela confiança que incute na esmagadora maioria do Povo Açoriano. Por maior que sejam as dificuldades e obstáculos, e já foram vários os que surgiram neste quase meio século de Autonomia, a verdade é que os Açorianos sabem que podem contar sempre com o seu governo na primeira linha da defesa intransigente dos seus concidadãos. E assim tem sido nestes últimos 8 anos sob a batuta do Presidente Vasco Cordeiro. E assim foi durante a chamada primeira fase da pandemia. E assim continuará, uma vez que a pandemia apenas será vencida com o surgimento da tão desejada vacina. Agora seguir-se-ão – sendo que já estão à vista – os efeitos e ondas do travão a fundo provocado pelo confinamento e do fechar de portas ao exterior. Por isso, será preciso continuar a acudir e dar resposta aos milhares de Açorianos vítimas da pandemia. Esse é o desafio para os próximos (longos) tempos. Na Região. Na República. Na Europa. E no mundo todo. As entidades europeias apontam para uma forte retração e, consequentemente, para tempos de recessão económica. O governo da República, por exemplo, estima uma redução do PIB próxima dos 7% e um aumento do desemprego para valores próximos dos 10%. Nos Açores, tendo em conta a dimensão da nossa economia e a forte dependência de mercados externos, prevê-se que a tempestade económica seja de elevada intensidade. Foi, também, essa mensagem de verdade que o Presidente Vasco Cordeiro nos transmitiu. Logo seguida do dizer presente à missão que se avizinha. Missão que vai muito para além de Santa Maria ao Corvo. A Europa, o Estado e os Açores, cada um na sua devida proporção, têm pela frente uma missão hercúlea. Para já, os sinais dados pelos poderosos da europa são animadores. Esperemos é que a já anunciada "bazuca" financeira seja suficiente e rápida para reanimar a economia da zona euro. As instituições europeias têm aqui um papel central, sendo que deverão ser secundadas pelos líderes de cada um dos países. No caso português, tal como em outros, temos ainda de acrescentar os governos próprios das respetivas regiões autónomas. E será no meio desta enorme complexidade institucional e financeira que ter-se-á de fazer ouvir o nosso Presidente. Quer enquanto Presidente dos Açores, quer enquanto Primeiro Vice-Presidente e futuro Presidente do Comité das Regiões na União Europeia. Em qualquer um dos palcos terá de estar no centro a Política de Coesão. No plano interno, teremos isso refletido na Agenda para o Relançamento Social dos Açores. É este o documento – resultante da união de esforços, pluralidade de opiniões, abertura à participação dos parceiros sociais e cidadãos individualmente – que servirá de farol para ultrapassarmos, em conjunto, mais este desafio. A missão que temos pela frente, como disse o Presidente, convoca-nos a todos. O objetivo é dramaticamente simples: reerguer os Açores. A hora, como também referiu Vasco Cordeiro, “não é de desânimos, de desalentos, de medos ou de hesitações.” A hora, acrescento eu, é de dar força e confiança a quem já se comprometeu a “pôr de pé” a Região.